Outros elos pessoais

06 junho 2009

Marrabentizemos a vida!

Vamos lá marrabentizar um pouco a vida neste sábado:

Permitam-me recordar uma postagem minha de 7 de Maio de 2006:
Houve uma época, remota já, na qual se discutiu muito sobre a origem da bela marrabenta. É o ritmo estrangeiro? Ou moçambicano? Creio que hoje ainda se discute isso. Estamos, aí como em outras coisas, confrontados com a angustiante questão das origens, da matriz placentária das coisas, da busca desenfreada da substância única, da identidade unívoca. E se a nossa bela marrabenta fosse, o que certamente é, a diagonal de uma mestiçagem? Um produto das minas sul-africanas e das terras pastorais de Gaza? Sabeis, já os pitagóricos adoravam o Uno indivisível, a igualdade perfeita consigo própria, a mónada irredutível. Que risco é a indeterminação, a alteridade! Escutai, ó gentes do Uno: marrabentanizemo-nos, deixemos os pitagorismos locais, dancemos, meneemos as ancas livremente, cantemos com Dilon Ndjindj, eventualmente o pai da marrabenta, hoje com 80 anos. Ou foi, antes, Pfani Mpfumo? Ou foram vários? Olhem: aberta a picada, alguém se lembra de quem a abriu? E, com Abílio Mandlaze, lamentavelmente falecido, digamos, em passe de marrabenta: Juro palavra d’honra, sinceramente vou morrer assim!
Atenção: não estou a fazer campanha pela Vodacon, está bem?

5 comentários:

  1. Professor,

    Particularmente gosto de música moçambicana, a música de raiz, da "velha" e "nova" geração. Gosto, enfim, é de uma boa marrabenta sem, no entanto, aquelas que nos aconselham a matar as nossas mães ou a tirarmos à roupa... Na lista dos músicos que o professor narrou, quanto a mim, devia constar também o nome de Wazimbo que é, sem dúvidas, um grande trovador da nossa música. Sabe fazer a diferença. Existe tantos outros, se for para os narrar, talvez a lista era capaz de chegar a minha terra natal, Tete. E já agora recordo-me com saudades que, na minha infância, lá para a década de 90, escutava o Chandú Laka, óh que saudades da pátria!!! Espero do actual embaixador de Moçambique em Portugal, Nkaima, um sustentáculo à nossa cultura, à nossa música, porque quando vou as discotecas da "malta" jovem (...) não oiço músicas moçambicanas mais sim dos nossos "irmãos" cabo-verdiano. Há que mudar este cenário.

    Um abraço ao sabor da marrabenta.

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  2. Os jovens de Moçambique, em Portugal, são social-cultural APÁTICOS?

    Confirma-se?

    Ou será sobranceria? Trauma?

    Mais simpaticamente, desinteresse, desorganização?

    Como não sou cientista social!

    Só resta PERGUNTAR.

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  3. Não me esqueci do Wazimbo, mas eu apenas tentei em 2006 em pegar nas "origens" para escrever o que então escrevi. Abraço.

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  4. Se bem me lembro, a marrabenta foi considerada "persona non grata" nos tempos do pós-independência. Nunca compreendi muito bem porquê.

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  5. umBhalane,

    Li o seu comentário. Penso que a resposta é e não é. A sua questão acabou sendo a resposta para a sua própria dúvida, por exemplo, quando diz: "Mais simpaticamente, desinteresse, desorganização?" Por um lado não há um interesse de quem seja moçambicano a viver em Portugal, para promover a nossa música, mais por outro lado, a nossa embaixada está num sono de letargia, não tem feito muito para dinamizar e popular a nossa cultura, o que não acontece em relação a de Cabo-Verde. Enfim, é o problema de pensar que a música é coisa pequena!!!

    Um abraço

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