Outros elos pessoais

28 maio 2009

2004: votaram apenas 43% dos eleitores potenciais


Aproximam-se as eleições. Creio não ser má ideia recordar os resultados das presidenciais e legislativas de 2004, com texto do Boletim sobre o Processo Político de Moçambique (número 31 - 29 de Dezembro de 2004): "A Frelimo e o seu candidato presidencial Armando Guebuza obtiveram uma esmagadora vitória nas terceiras eleições multipartidárias de 1-2 de Dezembro de 2004. Guebuza teve 2,0 milhões de votos enquanto o candidato da Renamo, Afonso Dhlakama, teve 1,0 milhão. A afluência foi baixíssima. Só 3,3 milhões de pessoas votaram (43% dos eleitores potenciais), comparado com 5,3 milhões em 1999. A abstenção incidiu sobretudo nos eleitores da oposição. Os 2,0 milhões de votos para Guebuza comparam-se aos 2,3 milhões de Joaquim Chissano em 1999, enquanto o voto por Dhlakama desceu de 2,1 milhões para 1,0 milhão. Os resultados só foram anunciados a 21 de Dezembro, ultrapassando em quatro dias o prazo legal. A eleição foi manchada por má conduta incluindo a introdução de votos a mais nas urnas, que pode ter custado à Renamo pelo menos 2 assentos parlamentares. (...) Os observadores internacionais foram altamente críticos da falta de transparência e do sistema secreto, único de Moçambique, de “corrigir” os resultados.
Adenda às 19:44: leia do Prof. Luís de Brito, o texto com o título "Uma Nota Sobre Voto, Abstenção e Fraude em Moçambique", aqui.
Adenda 2 às 19:46: erro na informação dada pelo "Savana" sobre o comício de Deviz Simango na Mafalala: é no sábado, dia 30, confira aqui.
Adenda 3 às 19:56: leia este trabalho do EISA, em colaboração com o CEP da UEM, intitulado "Formação do voto e comportamento eleitoral dos Moçambicanos em 2004", aqui.

2 comentários:

  1. Prof, por favor, é possível fornecer um link onde se possa verificar os círculos eleitorais, e incidência do voto.

    Quais as zonas com maior incidência de eleitores, urbana penso, onde, etc...

    Obrigado.

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  2. A avaliar pelos dados apresentados pelo professor, há que se assustar com o número das abstenções. Alguma coisa vai mal, ou os os eleitores estão insatisfeitos com a governação, ou há um trabalho de actualização dos cadernos mal feito. Mas fico com uma dúvida, será que os órgãos eleitorais fazem o abate dos eleitores já perecidos? A margem de erro técnico num processo feito à mão é inseguro para tirar ilações. A actualização dos cadernos eleitoral é necessário sim, desde que seja um processo informático de base e não uma compilação como tem acontecido. Bem, são apenas dúvidas que levanto!!!

    Um abraço

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