Outros elos pessoais

28 março 2009

Mulheres que matam

Mulheres que matam - universo imaginário do crime no feminino : este o título de um livro esgotado aqui em Fortaleza, da autoria de Rosemary de Oliveira Almeida, um das pesquisadoras presentes no seminário com o tema Violência e conflitos sociais: trajectórias de pesquisa, do Laboratório de Estudos de Violência da Universidade Federal do Ceará, ontem terminado e no qual tive o prazer de participar. Eis a apresentação do livro: "Mulheres que matam apresenta o retrato da mulher que não é apenas vítima dos maus-tratos e da discriminação social, que a enquadra no padrão culturalmente construído da mãe, esposa e dona de casa. Rosemary Almeida mostra em sua pesquisa uma mulher que, a partir dos crimes, adquire a visibillidade social, sinalizando para o público a violência como uma criação, uma forma de se libertar de uma situação frequente de invisibilidade. Se a mulher ainda é despercebida como autora de assassinatos pelo campo jurídico, este livro revela o deslocamento da figura feminina que sofre o poder e a violência - sujeito passivo, privado - para aquela que age e impõe poder e violência - sujeito activo, público. Faz emergir uma mulher que encarna, ao mesmo tempo, a figura materna e mansa da "dona de casa" e a figura vilã e valente da "mulher de rua" que, ao viver essa tensão, cria novas representações sociais para seus crimes, fabrica uma forma de se impor, apresentando sinais que questionam a sociedade instituída e um mundo de significações sobre a condição feminina."

8 comentários:

  1. Professor

    Sugiro uma pesquisa à população prisional feminina, no que respeita à morte de companheiros/maridos. Julgo que deve ser interessante.

    Paula Araújo

    ResponderEliminar
  2. Sem dúvida de que deve dar uma bela pesquisa, pensarei nisso...Bem, nebulizações de 6/6 horas e um estranho cansaço diário neste clima húmido e hoje chuvoso. Há-de passar, obrigado.

    ResponderEliminar
  3. Professor

    Desculpe, no primeiro post, eu estava a falar da população prisional feminina em Portugal.

    Paula

    ResponderEliminar
  4. Mas tb podemos falar da pop prisional feminina de Moçambique....

    ResponderEliminar
  5. Fantástica a apresentação, o livro deve ser realmente bom.

    ResponderEliminar
  6. Sobre Moçambique não sei. Referi Portugal porque é um tema recorrente, o da quantidade elevada de mulheres que, normalmente ao fim de anos de violência doméstica, matam os companheiros.
    Paula

    ResponderEliminar

Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.