Outros elos pessoais

22 dezembro 2008

Espantar-me na rua (10)

Vamos lá a mais um pouco desta série regular.
1. É sempre delicioso circular nas ruas de Maputo sem termos de encostar os nervos aos chapas. Que coisa deliciosa este deschapamento à noite, calmamente.
2. Maputo está sem movimento nas artérias da Polana, salvo alguns fângios a caminho da marginal.
3. No cruzamento da Julius Nyerere com a Eduardo Mondlane lá está
o jovem, com o bebé pendurado às costas, preso por uma capulana.
4. Muitas latas de lixo a transbordar, os catadores derramam tudo pelo chão, Maputo está lixada.
5. A embaixada dos Estados Unidos parece um país estranho e bunkerizado dentro do nosso, ali na Kenneth Kaunda.

3 comentários:

  1. Hoje tb tive vontade de escrever Espantar-me...Mas não na rua e sim na festa de natal na escola onde trabalho...Voçê do seu lado escreve sobre essa criança e o pai, essa pobreza...e eu vontade de escrever sobre as pessoas( todos professores) a servirem-se que nem abutres para depois ir tudo para o lixo..posso dizer tonoladas de comida...sim porque cá a nossa lei não permite guardar nada..Tudo lixo..até mesmo o que não foi consumido( comida)...Dá dó d´alma quando leio estes seus textos sabendo que há tanta pobresa,quando eu própria tenho ordens para mandar tudo para o lixo.....Mas o meu texto mantem-se de pé e irei fazer questão de mostrar algumas imagens para esses professores propotentes que tentam ensinar as crianças os valores da vida....

    Um forte abraço Prof: Carlos
    Lisa

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  2. Obrigado pela comparação feita. Outro abraço, Lisa.

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  3. É animado circular por Maputo
    de carro e em ruas bem asfaltadas

    ... Porque circular a pé...

    Em frente por exemplo do Banco de Socorros,
    no Museu, na baixa, e mesmo em outro lugares
    é um martirio.
    Homens e, também mulheres
    urinando na rua, às vezes em fila
    um aqui, um ali, juntos

    As narinas ardem com o cheiro nauseabundo
    a cidade fedendo a acido úrico
    e as arvores a cair de podres atacadas pelo ácido que as mata

    Em todos lados vemos pessoas
    que sem vergonha
    fazem da rua
    a sua casa de banho
    sem olhar para o lado

    E queremos mais o quê
    Ninguem mais respeita a ninguem
    A cidade é de ninguem
    Ninguem olha a ninguém

    Quem sabe um dia
    Vamos viver numa cidade limpa
    bem cheirosa
    Onde possamos passear a pé
    e deleitarnos
    com as acacias a florir
    Pelas nossas ruas belas
    seguras e limpas

    Um abraço

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