Outros elos pessoais

24 setembro 2008

Depois de Manhenje (texto de Marcelo Mosse)

O director executivo do Centro de Integridade Pública, Marcelo Mosse (na imagem) - aquele que foi colega do assassinado jornalista Carlos Cardoso, que investigava corrupção em Moçambique -, escreveu o seguinte a propósito da detenção de Almerino Manhenje, antigo ministro do Interior: "A detenção do antigo Ministro do Interior, Almerino Manhenje, pode ser um indicador de que finalmente a engrenagem do controlo da corrupção em Moçambique está a arrancar? Estaremos perante o início da tão esperada limpeza? Ou trata-se apenas de um curto-circuito sem consequências a longo prazo? A resposta a estas questões é: depende. Depende da forma como a classe política dominante vai reagir neste caso e, sobretudo, se existe um aval partilhado que permita que a máquina da Justiça comece a atacar a grande corrupção dentro das balizas da lei." Confira o documento na íntegra aqui.
1.ª adenda: continuam detidos na Cadeia Civil da cidade de Maputo os oito arguidos relacionados com o desfalque ocorrido no Ministério do Interior na ordem dos 22o milhões de meticais, bem como o nono arguido do Instituto Nacional de Segurança Social, não havendo ainda despacho de pronúncia do juiz, despacho que, de acordo com a lei, deve ser efectuado 48 horas após a detenção (Rádio Moçambique, noticiário das 18 horas).
2.ª adenda às 18:56: no semanário Magazine Independente desta semana, o jornalista Lourenço Jossias produziu um quadro severo do que passou no mandato de Almerino Manhenje, referindo, por exemplo, a "maneira pouco transparente como geriu o "dossier Cardoso", durante o qual e segundo várias testemunhas, manipulou até a força da Casa Militar, pondo-a a guarnecer Anibalzinho, o líder da esquadrilha assassina da BO (cadeia de máxima segurança, CS)" (p. 5).
3.ª adenda a 25/09/08: segundo o "Notícias"de hoje, foi legalizada a prisão dos nove arguidos. Confira aqui.

7 comentários:

  1. Já tinha efectuado um comentário sobre esta matéria.

    Que, julgo, continua bem actual.

    Só preciso acrescentar uma palavra:

    " umBhalane disse...
    Há um dito popular, muito antigo, que reza assim:

    "A montanha pariu um rato"

    porque

    "Até ao lavar dos cestos, é vindima".

    É melhor guardar os foguetes.

    24/9/08 2:21 AM

    DEPENDE!

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  2. Permita professor, segundo o noticias a decisao sobre a legalizacao so sera conhecida amanha, porque o juiz precisa de tempo, e ao que indica a prisao tem mesmo furos.

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  3. Estamos perante um caso de corrupcao ou desvio de fundos, se lembrarmos a pouco tempo o PGR disse que desvio de fundos nao era corrupcao, na AR penso. Passados os animos, adentremos a situacao. O que fez com que Manhenje virasse vitima, lembrar que o novo ministro do MINT foi o unico instruido para auditar as contas, que tendo sido feito em todas as instituicoes publicas teria resultados similares, nao esquecamos de onde e mandado retirar dinheiro e meios para campanhas e visitas partidarias, muito muito da primeira dama. Tem razao o porta voz que diz que o partido nao influencia o judiciario (partido e um conjunto de pessoas) de facto quem o faz e o presidente do partido, que e PR, por ser ele quem nomeia, desnomeia e da orden aos timoneiros do sector, vejam que o PR colocou procuradores adjuntos que nao sao de carreira numa afronta a constituicao, e tirou a entao incansavel Dra que chegou a enviar um mandato de captura contra o esposo de uma damissima ai do pais, ela que tinha processos contra tubaroes de todas as alas do partidao, nao ha luta contra corrupcao nada aqui, mas a vizibilizacao de brigas internas. Com essa decisao o criador de patos quiz dar um recado, obedecam-me senao lixo-vos, porque como todos tem rabo de palha e telhado de vidro, e so escolher o alvo a abater (jamais saberemos porque um e nao outro), a diferenca e que tem uns que agora podem falar e agir em nome do Estado para resolverem mhakas pessoas como soi dizer na terra dos Kambas.

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  4. "mas a vizibilizacao de brigas internas"
    "quiz dar um recado, obedecam-me senao lixo-vos"

    TIRO-LHE O MEU CHAPÉU.

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  5. vendo a legitimidade, ja baixa eleito por apenas 30% dos potenciais votantes, mostrar forca e um bom recurso para tentar recuperar a imagem, mas o povo acardou de madrugada e tem a cara bem lavada. Mugabe fez o mesmo so que usou a terra para atrapalhar os Zimbamweanos ao mesmo tempo que eliminar bairros que albergavam membros e simpatizantes da oposicao, estao lembrados da operacao Murambatsvina. No tempo do deixa andar existia uma lei contra crimes que atentem contra a economia nacional e o entao presidente do partido nunca mandou aboli-la, os combatentes do deixa andar e o novo presidente do partido chegaram e mandaram revogar essa lei, felizmente o Concelho Constitucional declarou inconstitucional. A ter sido aprovada poderiam destruir a economia sem ser crime, esses mesmo que estao a querer dizer que estao a lutar contra a corrupcao.

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  6. Acho simplesmente que é uma chuva miudinha e um sol de pouca dura. É nece4sario contextualizar um pouco esta prisao e compreender todo "circuito fechado" que representa um caso destes.

    Outro aspecto,á estranheza de se pensar num julganto a postas abertas, só porque isso teria acontecido aqui no vizinho. Engracado né.

    Bom agora,resta-nos pensar quem anda anda por detrás desta cena macabra.

    "Há uma nuvem seca que banha o oceano, mas perto de largar pouca chuva"

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