Outros elos pessoais

01 setembro 2008

Brasileirando a alma (13) (continua)

1. A vida é assim: assima-se. Estava eu subindo (deixem-se brasileirar a escrita com o gerúndio) uma avenida nesta São Paulo quando, no passeio, uma senhora decidiu virar de repente para o meu lado, creio que para meter a viatura numa garagem. Parei. De cima para baixo vinha descendo um outro peão, brasileiro, que ia sendo pisado. Também parou, sorriso triste. A senhora subiu o passeio e, num ápice, marcha atrasou no momento em que o meu colega peão tentava atravessar por trás da viatura. Novo risco de pisadela, desta vez o colega aborreceu-se e bateu no capon da viatura. Enquanto isso, um moço gentil, espécie de amortecedor da pressa da senhora, virou-se para mim e disse "pode pássá". Agradeci e tentei pássá. Não deu, a senhora colérica fez nova marcha atrás e ia-me pisando. Malcriada, disse eu para a senhora. Apenas pude ver gestos irados dentro da viatura e o sorriso pesaroso do jovem. Olhem lá: triste sina a dos peões nas ruas paulistas. Afinal aqui também existe a mentalidade chapa 100. Direis: coisa de bagatela. Está bem, bagatelo na mesma.
2. Em Maputo o 4x4 é quase uma regra. Aqui, em São Paulo, é uma excepção.
3. Já li que os ónibus daqui não prestam, que o serviço prestado por eles é desolador. Cá por mim acho que são óptimos: motoristas cumpridores, viaturas asseadas, cobradores delicados, passageiros prestáveis e bons cidadãos.

3 comentários:

  1. Minha nossa sinhora..O senhor tente não si machucá viu...
    Qui genti mais apressada essa ai..Deus mi livre guarde..

    hehehheh
    Um abraço
    Lisa

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  2. Em Sao Paulo rico que e rico memo anda de helicoptero, jatinho ou carro 'importado' blindado.

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