Outros elos pessoais

19 julho 2008

Do corpo feminino (4) (continua)

Mas, afinal - prosseguindo esta muito comentada série -, qual a história petrificada nas mulheres, esses seres supostos estranhos e pérfidos, cuja subalternidade é, ao mesmo tempo, afinal, assumida por homens e por mulheres (reparem que falo em geral, sem qualquer preocupação com contextos históricos, culturais, etc.)?
Essa história paga ainda, creio, uma grossa factura a ideias como as Platão (as mulheres são uma reencarnação perversa dos homens que, na primeira encarnação, se portaram mal) e de Aristóteles (as mulheres não têem alma) e a todo um conjunto de receios que habitam milhares de páginas e de crenças de doutos autores e simples mortais, a saber: poderes e fluidos maléficos dos ovários, vaginas denteadas e vorazes, furor uterino, cérebro mais pequeno do que o do homem, prisioneiras das hormonas, bruxas (nos trezentos anos da Santa Inquisição - 1450/1750 - foram mortos nove milhões de “bruxos”, 80% por cento dos quais mulheres), feiticeiras aqui na nossa terra, etc.
Para muitos e, afinal, para muitas, as mulheres deviam seguir o conselho dado há cem anos pelo reitor da Universidade canadiana de Laval, Sr. Olivier Nathieu, que disse o seguinte, quando da entrega do primeiro diploma da instituição a uma mulher: “As mulheres são demasiado inteligentes para saber que devem ser como as flores que não exalam o seu perfume senão na sombra."
Mas voltemos a uma coisa bem mais complexa no corpo feminino: a sua sexualidade. Vamos lá tentar uma pergunta: seríamos tão exigentes com o corpo feminino caso todos nós andássemos nus? Para que serve a roupa? Por que foi inventada a roupa? E quem diz a roupa diz, por exemplo, ainda, o ritual das relações, as etiquetas (regras de comer à mesa, por exemplo). E já agora: qual a verdade das nossas famosas tchuna-babies?

2 comentários:

  1. Diz, vamos lá tentar uma pergunta. Mas eu vejo 4 perguntas porf: Carlos.

    Vou tentar responder do meu melhor.
    1º Pergunta: Deixo essa para os homens responderem.
    2º-Para que serve a roupa?
    e
    3ºPorque foi inventada a roupa?
    Primeiro a roupa não foi inventada apenas para se COBRIR DO FRIO mas também para EXIBIÇÃO, PROTEÇÃO e o próprio PUDOR.
    Se recuarmos um pouco na história até Creta( Segunda maior ilha situada no mar mediterrâneo, Creta teve o apogeu de sua cultura entre 1750 e 1400 A.C.)as mulheres vestiam-se com um tipo de blusa costurada aos ombros de mangas curtas deixando a mostra os seios, que eram associados à fartura e fertilidade. Nada mau heim??
    O homem, uma espécie de tanga com um cinto marcando á cintura, o resto do corpo era desnudo...
    Hoje em dia a roupa já não tem o significado de outrora.Se voltarmos para a antiga Grécia, Roma, Egipto, Mesopotâmia e até mesmo a Pré-História veremos que nessa era a roupa tinha significado. Mas isso seria muito longo a escrever aqui. Por isso só dei um exemplo sobre Creta.

    4º Pergunta. tchuna-babies
    Essa ai Prof: Carlos A verdade , verdade não sei.
    Mas que a juventude gosta , gosta.

    Estive a investigar um pouco e descobri muitas versões mas todas rondavam para designar um certo tipo de calças, apertadíssimas.
    Mas quem quiser saber mais um pouco, sempre podem ir a este blog que eu encontrei e que o achei mais perto da verdade e esclarecedor.
    http://otricodasmacanicas.blogspot.com/
    De Daniel Costa.

    Abraço
    :-)Lisa

    ResponderEliminar
  2. Obrigado, Lisa, pelo contributo, siga a continuidade.

    ResponderEliminar

Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.