Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
25 abril 2008
Manchete de "O País" desta semana
1 comentário:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Dr.
ResponderEliminarNão li todo artigo do Mabunda mas o lead da notícia parece que mistura muitas coisas: Imigração ilegal (com beneplécito dos agentes referidos) e tráfico de seres humanos (aqui também cabe dizer que o conceito de tráfico na Lei aprovada é também problemático).
Me parece, pelo artigo, que estamos perante a confusão a que Obed L. Khan se referia quando, comentando no Blog do Dr. Macamo, disse e, passo a citar:
"Oi Elísio, eu venho torcendo o nariz ao termo, hoje em voga, de "tráfico de pessoas". Este termo feio é aplicado para os milhares de mahgrebinos que demandam a Europa em barcaças com os mais diversos níveis de conforto e segurança. O termo (feio) é aplicado aos cidadãos da região dos grandes lagos que demandam o eldorado que é hoje a África Austral (principalmente a África do Sul). Estes últimos usam a nossa fronteira de Tete, para entrarem no nosso país, vindos do Malawi.
[...] O que me faz torcer o nariz é a tendência de catalogar como "tráfico de pessoas" um fenómeno milenar que é o da migração. Na verdade, aqueles mahgrebinos que se diz estarem a ser traficadas para a Europa, na verdade, estão a emigrar. Essa emigração pode ser legal ou ilegal. Os cidadãos dos grandes lagos que demandam a África Austral (ou África do Sul) não estão a ser traficadas. Estão a seguir uma tendência milenar que é a de o homem procurar, sempre, as melhores condições de vida, mesmo que em lugares longinquos. Considerar esta tendência humana como "tráfico de pessoas" é abuso de linguagem. É, sobretudo, DESQUALIFICAR A MIGRAÇÃO, QUANDO ELA É FEITA PELAS PESSOAS QUE VIVEM NA PERIFERIA DO MUNDO. Isto porque ninguém há-de ouvir este termo aplicado a um Europeu que migrou clandestinamente para qualquer lugar do mundo. A esse se chamará migrante ilegal. Um Mahgrebino, um africano, um asiático ou um índio que emigra clandestinamente se dirá que foi "humanamente traficado". Esta parece-me uma tactica de o centro se defender da "INVASÃO" da periferia.
Essa linguagem estigmatizadora já entrou, e com muita força, na nossa própria comunicação social. Alguns dos nossos melhores pensadores usam esses termos para se referirem a este tipo de migração. Há uma carrinha que é interceptada no cruzamento de Inchope com 16 jovens recrutados no Dondo para trabalharem na África do Sul (ou no Maputo)? Pois se dirá nos jornais e nas análises sociológicas que estamos em presença de "tráfico de pessoas".
Caro Elísio, não deveríamos começar a chamar isto como migraçao, pura e simplesmente?"
Obed L. Khan in http://www.blogger.com/comment.g?blogID=23576175&postID=8784246942342040598&isPopup=true
Gostaria de ter a sua opinião. Temos que legislar conscientes do que queremos regular sob o risco de multiplicarmos leis sem aplicabilidade.