Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
26 março 2008
Mugabe: não entrego o poder seja qual for o resultado das eleições
1 comentário:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Se repararem,as alternativas apresentadas pelos pensadores desde a Antiguidade Clássica,conferem diferentes dimensões aos Regimes Políticos.
ResponderEliminarEssas dimensões estão directamente relacionadas com a estabilidade dos mesmos ao longo dos tempos.Quando os fundamentos do regime político se restringem a duas dimensões, como em Aristóteles, em que a estabilidade da Politeia é precária e é ameaçada pelos dois lados pela Oligarquia ou pela Democracia/Demagogia, afectada ou desafectada pela "classe média", vemos que, rectrospectivamente falando, só há estabilidade quando entra no campo das ideias uma vertente transcendental, mitológica, religiosa ou humanamente inexplicável.
Há um paradoxo, como em Marx, em que o Estado se coopta a si próprio numa autofagia que só é possível quando todos os homens são iguais e perfeitos (talvez deuses)o que subjaz a epistemologia suprema, o conhecimento absoluto em que não há conflitos e todos os fenómenos naturais ou sociais,ou são amorfos, ou são energia pura (talvez a Luz de S.Agostinho),isto é, são não-fenómenos.Aqui não há "classe média". Ou como no Antigo Regime em que Deus pode explicar todos os acontecimentos e é panaceia de todos os males e glorificado por todas as Graças, frutos da realidade de um povo ignorante mas remediado, e satisfeito com o seu humilde Fado, em que tudo se explica num contexto transcendental ou esotérico e em que também não há "classe média".
Parece haver aqui 3 saídas já ensaiadas, e se (nós, ocidentais)continuamos nesta Era a acreditar em Democracia, é porque reconhecemos as nossas imperfeições e limites, talvez a reboque dos Puritanismos e do Actualismo no binómio Democracia=Progresso da América.
Para isso,louvamos o princípio do contraditório, a que subjazem todas as instabilidades próprias da condição humana,porque aceitamos naturalmente que pode haver duas opiniões sobre o mesmo facto.Isto não pode acontecer, quer com Marx, em que os Homens são deuses,
quer para regimes oriundos da "Divina Providência", em que os homens são servos e muito menos ainda em Regimes dominados por Déspotas/Charlatães onde só há uma lógica.Portanto, em que a Verdade já foi alcançada, qualquer que ela seja.
Podemos presumir que estamos numa época em que preferimos a instabilidade e a alternância racionais, mas que talvez já estejamos nessa encruzilhada que se materializa no "choque de civilizações" talvez por pertencermos agora a um "Mundo de todos".
Mugabe, limitou-se a acabar com a classe média e o resultado está à vista.
Salpicão
www.canibalesco.blogspot.com