Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
17 março 2008
Eleições no Zimbábuè também são nossas (2) (prossegue)
5 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Uma vergonha a posição do R.U.!
ResponderEliminarOs observadores não poderão aproximar-se dos locais de votação. E a comunidade internacional vai cruzar os braços a mais essa vergonha?
Quanto a Mugabe, ele não pode durar muito mais.Ou será que pode? Os Deuses não podem estar loucos, caramba!!!!!!
Curioso entendimento do direito de asilo e refúgio... Como a estupidez também tem limites, será que Brown conta com 10 corpos ensanguentados à chegada a Harare, para escândalo mediático a servir no Jornal da Noite?
ResponderEliminarClaro que não quero crer nisso, mas não me ocorre mais nenhuma justificação.
Às vezes, Downing Street parece querer dar a impressão de estar ainda a gerir o dossier farmeiros, como se este, embora tenha aparecido internacionalmente como o ponto de partida visível para a situação actual, não tivesse já acontecido numa (e por causa de uma) crise socio-económica em franco progresso. E como se esse dossier, comparado com o que os zimbabuéanos estão a passar em termos políticos e de condições de vida, não fossem peanuts.
Caro Prof,
ResponderEliminarDaqui de Harare onde me encontro é me difícil comentar. O network é muito lento que quando chega a vez de salvar os comentários há sempre um time-out. Hoje volto a tentar porque me parece que há várias questões que a notícia da all.africa não consegue responder. Se não conseguir, vou pedir ao vaz para que post por mim.
Acredito que a zec não tem sabido fazer uma boa campanha de educação cívica. Uma ong, a zimbabwe electoral support network (zesn) esteve inicialmente a fazer isso, mas a zec correu a mandar cancelar tal actividade. É que a lei diz que quem quer fazer uma campanha de educação cívica deve solicitar autorização junto da zec (ao que parece isso não foi feito antes do início da educação cívica. A zesn confirmou isso). Subsequentemente a zesn fez a tal solicitação que não teve deferimento.
Quanto à sondagem de opinião, tenho algumas questões a fazer:
Quando é que a opinião foi conduzida? Aonde é que foi levada a cabo? Em harare? Bulawayo? Na universidade? Nas zonas rurais? Por quanto tempo? Quanto pessoas foram inquiridas? Que metodologia foi utilizada? Infelizmente, a notícia não responde a essas questões. O prof masunungire já foi respeitado nos círculos académicos zimbabweanos, mas porque ao invés de fazer análises isentas sempre aparece a fazer análises pro-oposição, quase ninguém senão a oposição presta atenção ao que diz. O que quero dizer é que as análises tem um forte viés pro-oposição. No caso vertente, fico com a estranha sensação de que as pessoas inquiridas foram cidadãos nas grandes urbes e não nas zonas rurais onde se acredita robert mugabe e a zanu-fp têm maior apoio – embora eu tenha as minhas reservas quanto a isso visto que a crise afecta mais as populações rurais.
Ademais, não cheguei de ver esta notícia nem nos média privados que são anti-governamentais.
O outro ponto que quero colocar é que não é verdade que os observadores eleitorais não poderão ter acesso acesso aos locais de votação e de contagem de votos. Pelo menos, não é isso que diz a cópia de emenda constitucional nº 17 que tenho em minhas mãos.
Por último, essas eleições são harmonizadas, ie, são presidenciais, do senado, parlamento e dos vereadores.
Um abraço
Bayano
Ps: espero ter mais tempo este longo fim de semana para escrever sobre o zimbabwe e as eleições.
Depois de uma voltinha pela net, parece que a primeira parte do meu comentário anterior não tem pernas para andar.
ResponderEliminarOu, então, querem-se mais numerosos e diversificados escândalos para o Jornal da Noite, como se pode ver por outro caso actual, de um iraniano, abordado no endereço http://daliteratura.blogspot.com/2008/03/salvar-madhi-kazemi.html
Parece, antes, que a Europa está num qualquer processo de vender a alma ao diabo - que, dizem-nos os desenhos animados e os analistas de simbolismo religioso, poderá estar também no exterior, mas é sempre uma das partes de nós (ou, se preferirem, usem a metáfora macheliana da entrada do feiticeiro em casa).
Começo a dar-me por satisfeito que ninguém pareça pôr em causa a proibição, no meu país, da deportação de pessoas sob acusações que possam acarretar pena de morte ou de prisão perpétua, mesmo que por crimes comuns. Que seja fácil lá entrar como refugiado (por delito de opinião, perseguição discriminatória ou insegurança generalizada), isso é que já é outra conversa.
Obrigadeo pela comentário, Bayano. Fica aqui excelente. Vamos aguardar. Obrigado pela refª ao portal, Paulo.
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