Outros elos pessoais

20 março 2008

E tudo de repente parece resolver-se

Segundo o "Notícias" de hoje, 20 novos autocarros - de um lote de 100 - estarão a operar a partir do próximo mês, reforçando a frota dos Transportes Públicos de Maputo. A empresa pretende ainda adquirir cinco autocarros de fabrico chinês, tendo um seu porta-voz afirmado que "as viaturas serão compradas num esforço tendente a devolver àquela instituição o seu papel de garantir o transporte de passageiros com um mínimo de comodidade e a custos relativamente inferiores aos praticados pelo sector privado."
Assim, tudo parece resolver-se muito rapidamente, após as manifestações populares de 5 de Fevereiro e da greve dos chapas.

4 comentários:

  1. O Júlio Mutisse no seu blog, num post com o título uma nova abordagem sobre os transportes urbanos aborda a questão dos Transportes públicos em Maputo e destaca:

    - a adopção de contratos programas que, em sua opinião, podem responsabilizar e criar eficiência na gestão dos TPM; e

    - o enfoque dado pelo Ministro Zucula para as questões da manutenção.

    O Prof. Serra diz que "tudo parece resolver-se muito rapidamente, após as manifestações populares de 5 de fevereiro e da greve dos chapas". Eu, porém, estou desconfiado. Tenho medo que o Sr. Rogério Manuel tenha razão quando, citado pelo Media Fax de hoje afirma que "os milhões de dólares que serão gastos na operação não irão resolver o problema da falta de transporte público no País."

    Eu também penso que o problema não está SÓ na exiguidade de meios circulantes. É profundo; muito mais profundo do que isso (não sou gestor). Comentando ao tal post do Mutisse disse:

    Num outro contexto, comentando um post no meu blog, o Prof. Elísio Macamo falava de definição de responsabilidades, formulação de critérios de desempenho, definição de quem vela pelos critérios, etc., etc. Acho que o contrato programa pode trazer este conteúdo, esta responsabilização e critérios de desempenho.

    Falar da manutenção é necessário sim. Mas é necessário que se definam os moldes em que essa manutenção será feita sob o risco de dispersão dos poucos recursos de que a empresa dispõe.

    A empresa mantém um complexo oficinal e, de certeza, mecânicos nele afectos. Sabemos (disse-o ontem o PCA dos TPM no Telejornal da tvm) que alguns carros estão com os agentes das marcas em Moçambique.

    Como bem disse o Ministro, "não podemos ficar satisfeitos em ter um determinado número de autocarros" para mim há que repensar não só "a a capacidade das suas (TPM) oficinas para garantir a manutenção dos autocarros", como também disse o Ministro, mas a própria estrutura da empresa e das oficinas em particular. É assim que me surgem 2 questões?

    > Será que vale a pena manter a oficina e os mecânicos adstritos a empresa se a manutenção é feita pelos agentes das marcas dos autocarros? Porque não terciarizar o serviço de manutenção?

    > Se pensarmos em efeitos perversos (despedimentos por exemplo) da opção acima, porque não autonomizar a estrutura das oficinas criando uma entidade que, para além de prestar serviços à TPM empresa mãe, prestaria também a terceiros gerando receitas que ajudariam a equilibrar/subsidiar os serviços da empresa mãe? Isto implica a profissionalização de toda a estrutura.

    É que para mim (não sou gestor repito) o problema dos TPM e do transporte urbano no geral, ultrapassa a questão da exiguidade de meios circulantes. É um problema estrutural derivado da incapacidade de adaptação a uma conjuntura diversa da dos anos 1980 para a mentalidade dos dias de hoje que exigem uma postura empresarial mais agressiva apesar de não poder descurar do serviço público que a empresa visa.

    Pode ser que sejam devaneios. Perdoem-me as asneiras que possa ter dito. Se calhar gestores digam melhor. O importante é que ficou o que penso.

    ResponderEliminar
  2. É no mínimo curiosíssimo como de repente tudo se resolve.

    Já há dinheiro...já ha importação...

    Amazing....

    ResponderEliminar
  3. Bombeiros que trabalham so para apagar grandes incendios.

    ResponderEliminar
  4. Está claro que mais machimbombos por si só não resolvem o problema. As bocas informais da hora de fecho do Savana de hoje trazem a constatação do Ministro segundo a qual existem 545 trabalhadores para 30 autocarros operacionais num rácio de quase 13/15 trabalhadores por cada carro.

    Com uma estrutura pesada deste nível é difícil prosperar. Tem mesmo que se rever a gestão daquela empresa se queremos ser sérios nas intenções de MUDAR a face dos TPM. Pode ser que isso não agrade a muitos mas acho que esse é o caminho. Parece me também que o Eng. Zucula também sabe.

    ResponderEliminar

Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.