Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
12 fevereiro 2008
Dois municípios, dois cemitérios
3 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Sobre a "instrumentalização" de crianças nas revoltas populares.
ResponderEliminarNão concordo com a tese Governamental segundo a qual as crianças que seguiam nas caravanas das populações que se revoltavam contra a alta da tarifa dos transportes foram instrumentalizadas.
1. Quem os instrumentalizou? Com que fins? Para provar o quê a quem?
2. Concordo com a necessidade de se estudar as condições em que vivem tais crianças lá nos bairros periféricos. E, pela experiência, avanço algumas:
Nos bairros periféricos, as crianças brincam normalmente na rua, nos pátios de escolas, mercados, nos campos (onde ainda existem). E fazem-no porque dentro da residência não têm muitas opções de entretenimento (exceptuo a televisão, ou seja, as novelas). Na rua, mercado, campo, as crianças estão expostas e vivem o mundo fora de casa, acompanham o desenrolar do quotidiano,as pequenas brigas,as actividades de rotina, o trânsito de pessoas(estudantes, trabalhadores, etc), aprendeem e aprendem as formas de sobrevivência. Estão expostas e disponíveis a fazer quase tudo. Uma pequena confusão é motivo de agitação, todos querem ver de perto para melhor contar.
As crianças passam mais tempo na rua, escola, e muito pouco tempo em casa com os pais.Não por falta de atenção, logo pela manhã o pai vai trabalhar ou garantir a sobrivivência e volta tyarde, a mãe vai desenrascar no mercado para garantir a refeição de dia, os irmãos uns estão na escola, outros a trabalhar, outros a dar voltas porque desempregados (há um grande contigente de jovens decimados e décima segundados que vagueam na periferia por falta de vagas na 11ª e/ou nas universidades, ou mesmo ocupação).Os pais estão pouco tempo com filhos, normalmente no jantar na hora da novela nocturna. E aí não conversa, a audiência é para o pequeno ecrã, esse escape que acalenta o povo.
Ninguém instrumentalizou as crianças para revoltarem-se, porque os pais não estavam em casa. As crianças seguiram as caravanas, movidas pela curiosidade, pelo espectáculo que lhes fazia recordar os filmes que tanto andam por aí, as crianças queriam ver o fim, o desenrolar das coisas.Muitas crianças sentem-se emocionadas quando contam aos pais como tudo correu localmente. O contexto em que elas vivem, crescem, apreendem o mundo é que os instrumentalizou. É preciso combater o contexto, exortar o contexto e não as crianças ou pais.
Saudacoes! Eu queria comentar esta coisa de cemiterio, um para Maputo outro para Mocuba. Acho que a cidade de Mocuba, se 'e que bem conheco, tem outras prioridades, na digo que cemiterio nao 'e ideal, so que onde 'e que vao erguer este novo cemiterio? Quelimane, por exemplo, tem um cemiterio que dista a 5km da cidade e nem sequer um carro da agencia funeraria existe e com o fim do mandato do edil, a preocupacao 'e menos. Por isso Mocubenses pensem noutra coisa.
ResponderEliminarAntonio Zefanias
... no caso de Sucupira, o Edil acabou por inaugurar o cemitério ...
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