Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
10 fevereiro 2008
Alguém ainda se lembra de Samora?
7 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Imagino quantos camaradões não festejaram logo no dia da sua morte. E imagino quantos desses não são agora os grandes capitalistas do Estado. Não devia estar bom agora o estado da Nação?
ResponderEliminare os "camaradões" devem ter esgotado o champagne no país...
ResponderEliminarJDF
Manos espírito de Samora nem hoje está descansado. Quizumba festeja com carne de morto.
ResponderEliminarSobre Samora Machel não pode haver meio termo. Ou se ama, ou se odeia.
ResponderEliminarNão tenho capacidqde de síntese para me permitir, num breve comentário, caracterizar o
primeiro presidente de Moçambique.
Inventariar as suas virtudes e defeitos é um risco que não me atrevo a ensaiar.
Talvez possa arriscar alguns simulacros de comentários, coisas desgarradas, ambíguas(?)
Ocorre-me, agora, uma ideia que me persegue há anos. Refiro-me ao conjunto das grandes e polémicas decisões tomadas logo a seguir à independência.
Sobretudo após a sua morte, os detractores surgiram e multiplicaram-se como cogumelos! Para estes, as grandes opções que acompanharam a fase inicial da pós-independência, foi um período negro caracterizado por decisões que hipotecaram o desenvolvimento e a credibilidade de Moçambique.
À distância de três décadas, muitos de nós podem condenar algumas daquelas decisões.
Importa, desde já, que saibamos dividir-nos em dois grandes grupos: o primeiro constituído por cidadãos que sonham, que aspiram, a substituir-se ao colono; um segundo grupo, mais arejado, mais aberto, mais tolerante, apostado em construir uma sociedade radicalmente diferente da que foi arquitectada pelo opressor.
Bem, regresso às grandes decisões com uma pergunta:
Será que quando se nacionalizou a medicina, por exemplo, a adesão dos moçambicanos, a esta medida, não foi total e espontânea? Então por razões de coerência e de ética não se deveria reconhecer que, se houve erro, são inúmeros os cidadãos co-responsáveis, ao invés de se diabolizar Samora Machel atribuindo-lhe o ónus da desgraça?
Em síntese e regressando ao inicio deste comentário. É possível e desejável evocar-se o período inicial da governação de Moçambique. Penso, no entanto, que qualquer tentativa séria, politica e eticamente isenta, deve obedecer a princípios geralmente consensuais: situar os factos no tempo histórico e eliminar, ao máximo, as cargas subjectivas que estas tarefas geralmente transportam
Quando Samora morreu, eu ainda estava na escola primaria. Como entravamos por volta das 6:30h, lembro-me de ter ido a escola apesar da radio ter ja anunciado o acidente de aviacao, mas sem que ainda se soubesse o seu desfecho. Claro que nao tivemos aulas pois ja se sabia que o nosso Presidente tinha perecido e quando regressei a casa, vi minha mae chorar! Eu era miudo mas pude perceber, naquele momento, que apesar das dificuldades que todos nos passavamos (lembro-me perfeitamente das autenticas batalhas diarias para comprar pao na cooperativa, em que eu pequenino tinha q disputar "taco a taco" nas longas filas com empregados matuloes e arruaceiros) havia uma ligacao "intima", cerebral e muito espiritual, entre Samora e o seu povo! Esse nao e' um exercicio meramente "fonetico", mas envolve partilha de ideais, principios, procedimentos e muito fundamentalmente, todos eles consolidados com a PRATICA e o EXEMPLO! O povo, mesmo analfabeto como o nosso, percebe "isso" com tanta clareza como se fosse distinguir a agua do vinho! Mesmo se, a Samora e sua governacao, podem ser atribuidos varios erros, e as dificuldades que todos no's vivemos na altura, o porque' de olharmos para aquele periodo com saudade e comparamdo-o com o actual (inclusive sem guerra) acabamos percebendo que estamos pior?? O que difere esses dois periodos e os seus respectivos governos (do mesmo partido)?? Nao sera' esse distanciamento governo-povo?? Fonetica avulsa, completamente dispersa da atitude, pratica e exemplo?? Governo que nao inspira o seu povo para dar o seu maximo na reconstrucao coordenada da nossa nacao?? A Frelimo deve pensar seriamente e questionar-se a si propria, se a libertacao do pais e a salvaguarda da nossa soberania se resume apenas em garantir a participacao dos seus mais altos membros nos mega-empreendimentos que vao proliferando pelo pais, mas q pouco ou nada acrescentam ao bolso do seu pacato cidadao?? ESTE POVO E' TRABALHADOR...INSPIREM-NO E MOBILIZEM-NO A CONSTRUIR ESTE PAIS!!
ResponderEliminarSim lembramos
ResponderEliminar.... fomos convidados à casa do Camrada Presidente Samora e da Camarada Josina em Dar-es-Salaam em 1970. Samora era um homem com muita carisma e encanto, muito autoritário e com muito carinho para com o povo.
Bosse H
lembro-me do Presidente Samora, num Comissio popular, eu era ainda criança, assistia aquele comissio atentamente, era uma coisa maravilhosa ver o presidente Samora a falar, aqueles seu discursos que enchiam as esperanças de milhares de moçambicanos, menos os mais ambiciosos
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