O nosso país corre cada vez mais para se tornar um paraíso turístico de ponta. Internamente, muito de nós prevemos já esse futuro, felizes, feéricos, cheios de sonhos de postos de trabalho e de divisas para o Estado. Por que estamos felizes? Porque, entre outros, estão Chineses e Americanos felizes e prospectivos. Aprecie-se esta doce linguagem: "Entre os atractivos referidos estão os 2.400 quilómetros de costa e os arquipélagos no Oceano Índico, as soberbas condições para mergulho, a vibrante capital Maputo, com uma excitante cultura de Afro Jazz, e ainda os parques naturais que estão lentamente a recuperar a vida selvagem para os números anteriores à guerra".Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
13 janeiro 2008
Moçambique: paraíso turístico de futuro (e recorde-se o Quénia)
O nosso país corre cada vez mais para se tornar um paraíso turístico de ponta. Internamente, muito de nós prevemos já esse futuro, felizes, feéricos, cheios de sonhos de postos de trabalho e de divisas para o Estado. Por que estamos felizes? Porque, entre outros, estão Chineses e Americanos felizes e prospectivos. Aprecie-se esta doce linguagem: "Entre os atractivos referidos estão os 2.400 quilómetros de costa e os arquipélagos no Oceano Índico, as soberbas condições para mergulho, a vibrante capital Maputo, com uma excitante cultura de Afro Jazz, e ainda os parques naturais que estão lentamente a recuperar a vida selvagem para os números anteriores à guerra".4 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
professor! umas das razoes que fez-me protestar veemente contra a privatizacao da praias em mocambique por alguns operadores turisticos, foi a minha experiencia no quenia, bem descrita neste texto que o professor "postou". estive, em missao de servico no quenia por um anos, especialmente mombaca, e vi tristemente como o turismo produz ghetos e exclusao social, durante 6 meses vive num hotel vedado como um quartel de luxo, uma separacao grosseira entre uma cortina de luxuosos hoteis e as casas de material precario do outro lado estrada, onde os naturais dificilmente tinham acesso ao mar, ou praia. visitei os bairros pobres que estavam separados pelo murro alto e por uma rua, aquilo era uma autentica pobreza (desemprego, falta de agua potavel, condicoes minimas de higiene, etc), parece o nosso mercado vulcano duplicado. ai tive a licao que a paz so nao basta, os africanos precisam de muito mais do que a paz e investimento estrangeiro. tendo em conta que esta "practica" estava enraizada e com anos de vida no quenia.
ResponderEliminarem nairobi ja naquela altura 1999-2000, existia areas que nao era aconselhavel la visitar, controladas por gangs, e uma vida precaria caracterizava os bairros pobres.
se viajamos pela periferia de dar-es-salamm, lagos, brazaville, lilongue, ficamos com a sensacao de que basta um "esperto" aticar o fogo, vamos assistir o mesmo triste espectaculo como o quenia. em mocambique, a vida dos mocambicanos nos bairros perifericos das grandes cidades merece muita atencao, os linchamentos podem nao ser um pronuncio desta vida precaria dos mocambicanos, mas da indicios de que nao somos assim tao imunes a estes "fenomenos sociais".
O que descreve do Quénia, o que o professor brasileiro descreveu, é, justamente, o que receio e que já tem fortes indícios em zonas costeiras do nosso país. Já isse disso em Inhambane e em Cabo Delgado.
ResponderEliminarMuito interessante a analise feita de facto não somos tão imunes a estes fenomenos sociais, sem ir muito longe assistimos um conflito muito serio aquando da intenção de construção de um murro que iria separar a sommerchield 2 do bairro da Polana Caniço, os residentes do Bairro interpretaram aquele acto como um autêntico e macabro acto discriminatório e reagiram para que tal não acontecesse o que me assusta em parte é a forma como a nossa Cidade tende a crescer e os bairros que vão surgindo em zonas mais afastadas de Cidade com aparência de Cidades como Londres deixando no meio "ghettos" que vão se tornando epicentros de violência e frustrações sociais num pais cujo objectivo principal é o combate a pobreza absoluta, afinal quem é o pobre e quem é o não pobre? PROFESSOR SERÁ POSSIVEL DIANTE DESTE CENÁRIO ESPERAR UMA ESTABILIDADE SOCIAL NO FUTURO? EU TENHO MEDO PEÇO UM PARECER
ResponderEliminarMaxango
Penso que sim e forte. Acresce que África Austral é a região que vai mais crescer em termos urbanos nos próximos 20 anos...
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