Outros elos pessoais

20 outubro 2007

A cada época os seus ideais e os seus patrícios

"Um grupo político dominante tudo fará para convencer os dominados de que a defesa dos seus interesses particulares tem em vista fins universais, comuns a todos".
A propósito da passagem do 21.º aniversário do acidente de Mbuzini que vitimou o presidente Samora Machel e 33 membros da sua comitiva, o secretário-geral da Organização da Juventude Moçambicana (ligada ao partido no poder, a Frelimo), José Patrício, exortou os jovens a preservar os valores da unidade nacional, do associativismo e do voluntarismo. Eis aqui um apelo cujo conteúdo se repete e, até, se amplia de forma aguda, tanto mais quanto o capitalismo, duro e fáustico, penetra o país de lés a lés, com os seus valores de competição, individualismo, lucro, enriquecimento e consumo. Muitos dos camaradas de Machel, do tempo do associativismo e do voluntarismo, são hoje capitalistas enxertados em múltiplas empresas, tal como se pode verificar consultando a base de dados Hermes da Pandora Box. Por isso os ideais e o patrícios da vida mudam consoante as condições que patriciamos e que nos patriciam. Mas, naturalmente, "quanto mais os dominados preocuparem o grupo dominante mais este procurará transformar a mentalidade dos primeiros mantendo intacta a situação que gera a dominação."

5 comentários:

  1. Temos de ser bons capitalistas para sabermos ensinar os que não são a ter orgulho na pátria. Tenhop dito.

    ResponderEliminar
  2. Ao menos a sua moral é cristalina, ó Tivane!

    ResponderEliminar
  3. com tanto desemprego, exclusaso social, humilhação e arrogância, como é que pode haver união? uniao nacional.Qual nação? a dos exluidos ou dos incluidos? Quem pode ter amor à bandeira? aqueles que tem a barriga cheia ou os que tem a barriga vazia? associação de quê e de quem? umhhhh...

    ResponderEliminar
  4. Repare-se em quantos discursos sobre desenvolvimento temos agora e também sobre certos dirigentes empresários que falam em atrair investimentos "nacionais".

    ResponderEliminar
  5. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar

Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.