Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
19 julho 2007
Hipóteses sobre o pimbismo
10 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Mais uma reflexão: arquitetura do pimbismo. Lí algures as reflexões de um arquitecto com relação à tendência de se destruír a rua quando se constroi um bairro, vila ou cidade. Se usarmos essa analogia, será que os pimbistas estão a destruír toda uma referência de música clássica moçambicana para construírem o pimba? Noutro dia falava eu dum fenómeno que chamo de "Cama do Singue" (na língua da minha mãe que é de Catuane e isso é um pun, em inglês) singue é um macaco, um tolo, cujas características são: egocentrismo exagerado, imitações crassas, etc... o pimbismo não foge muito a isso. os músicos falam deles mesmos e imitam outras culturas sem olharem a contextos. Era preciso saber porquê os rappers norte-americanos insultam? e a propósito, estamos a acompanhar o debate no seio das populações negras norte-americanas sob os efeitos dos raps na sua sociedade? a glorificação do gangsterismo, da coisificação da mulher?
ResponderEliminarSinto que devíamos discutir isso. Absolutamente discutir. A coisificação é fenómeno que estudo. E a descerebralização, o imediatismo sensorial da smsgs. Vamos a ver se mais colegas surgem.
ResponderEliminarVamos esperar para ver. Mas voltando à canção "xibubutela swa dhlaia", estive a pensar um pouco. Aínda não ouví a canção, como disse antes, mas mesmo sem o contexto posso procurar saber se ele só canta do xibubutela? Não do "sengue" (banana)? É que xibubutela representa o sexo femenino e o sengue o masculino. Sendo que, se a menção é do xibubutela, podemos estar perante mais um estereótipo: a mulher é que mata. O homem, esse é a vítima. Mais uma atitude machista, iria me parecer.
ResponderEliminarÉ impressionante ver como no nosso país todo o comportamento que sai das normas costumeiras ,consuetudinárias ou de uma idílica visão de um purismo ancestral é transformado em “atentado” à nossa “moçambicanidade”.A adopção e/ou produção de comportamentos,modAs e outros maneirismos em ruptura com outras convencionadas não está a ser inventada por nós cidadãos ordinários nem pelos nossos artistas.É algo frequente em todas as sociedades.Foi assim com a mini-saia,com o cabelo desfrizado,com a utilização da cosmética (labios e olhos),só para citar alguns exemplos mais próximos de nós (geração urbana dos nossos pais e avôs).A diferença é que hoje os meios de comunicação tramsformam essa adopção/produção em fenómenos globais,rápidamente assimiláveis, por um ladO, acrescido à libertação da sexualidade (em todas as suas vertentes:práticas,linguagem,corpo.etc) como fenómeno emblemático do sec.XX por outro .Foi e continua a ser assim no Japão, na clandestinidade dos bairros do Paquistão,em Bogotá,na Russia ou na África do Sul.Não sei porquê que o nosso país teria que sair ileso ou,pior ainda, couraçar-se contra essa quase inevitável realidade. Penso que devemos deixar de pensar que o nosso umbigo é o principio e o fim do mundo.O ponto é saber quais são nossas defesas identitárias para que o fenómeno não nos aliene em abSoluto.
ResponderEliminarBem, eis agora um ponto a ter em conta também, o do nosso medo do futuro.
ResponderEliminarTalvez aqui sejam de considerar dois registos de discussão: o registo moral no qual me parece que intervém o autor ou a autora do último comentário e o registo de qualidade. No que me concerne procuro incidir neste último, talvez de forma canhestra.
ResponderEliminarBom prof.estou fora do registo.Mas confesso que não sei separar forma e conteúdo,a moral/ética da arte,a qualidade de qualquer forma de expressão "artistica" da mensagem que veícula.
ResponderEliminarPenso que tem razão. Olhe, acabei de colocar dois vídeos.
ResponderEliminarCaro professor...
ResponderEliminarPeço apenas que procure álbuns de artistas como GPROFAM (sei que já conhece), AZAGAIA (agora em voga) e especialmente, e este não se vai arrepender, do VALETE (rapper Português...
Depois de ouvir o álbum do Valete, creio que vai pensar 2x antes de dizer "o rap não exige nem imaginação nem boa voz"...
Tal como todos os estilos musicais, o RAP pode ser BEM FEITO e MAL FEITO !!! A diferença está, e bem apontou, que o Rap é + acessivel a todos...é mais barato e "fácil" de fazer, a instrumentalização e posterior gravação. E por isso há muito mais oferta...e com essa oferta toda, como em todos os casos, vêm a "porcaria" toda...
Bem, fica apenas a ideia...
TSIN TSI VA
NB : DEAD PREZ - mind sex
DEAD PREZ - animal in man
VALETE - fim da ditadura , roleta russa, monogamia, etc...
ou outros artistas como IMMORTAL TECNIQUE... Pode ouvir o VALETE procurando no myspace ou YOUTUBE...
O "azagaia" já coloquei há tempos. O "valete" ainda não. Mas estou sempre disposto a aceitar a correcção para coisas sobre as quais pensei ou agi mal. Muito obrigado! Critique sempre, por favor!
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