Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
10 maio 2007
A racionalidade dos ladrões do desenvolvimento (4) (continua)
3 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
No número 1 desta série, Bayano Valy introduziu o seguinte acréscimo: "Esqueci-me de referir que o PCB é um químico tóxico e tem consequências nocivas à saúde e ambiente."
ResponderEliminar10/5/07 5:10 PM
Alguém disse um dia: “ NÃO NOS ENGANEMOS: HÁ PAÍSES E POVOS SUBDESENVOLVIDOS E NA MISÉRIA PORQUE O HOMEM É ELE PRÓPRIO SUBDESENVOLVIDO”.
ResponderEliminarNo meu entender, esta é a questão de fundo! O roubo de cantoneiras, de cabos eléctricos e telefónicos, de óleo mineral dos transformadores, de bombas manuais dos furos de água junto às comunidades rurais ao longo do país; colocar sete milhões nas mãos de alguém sem definir para quê, e tantas outras coisas no mínimo estranhas são, em síntese, subdesenvolvimento, igual a PERPETUAÇÃO da pobreza.
Como se combate? (referência ao meio rural): Nos últimos anos do período colonial existia na então Direcção Provincial de Agricultura, ali onde hoje funciona o Ministério da Agricultura, uma DIRECÇÃO DE SOCIOLOGIA AGRÁRIA, cujo Director era um por um Sociólogo, que tinha como missão coordenar uma equipe multidisciplinar, que actuava sobre o agregado familiar no seu todo: (1) o técnico agrícola; (2) a assistente social; (3) a professora; (4) a enfermeira; (5) outros técnicos. O objectivo era levar o conhecimento ao agregado familiar: produzir mais (crescimento económico) PARA melhorar a dieta alimentar, os cuidados de saúde e higiene, o vestuário, comprar material escolar etc, (desenvolvimento). Simultaneamente, essas equipas promoviam o associativismo rural, começando pelos armazéns comunitários, evoluindo para a pré-cooperativa e depois para as cooperativas de produção, transporte, etc. Há exemplos com resultados interessantes, em particular na zona sul do país. A ofensiva de ESCANGALHAMENTO do aparelho de Estado colonial, MAIS a ideia sacrílega de poderem prosperar sistemas cooperativos do tipo capitalista: cooperativas de produção, aprovisionamento de factores de produção e materiais de construção; de comercialização da produção dos associados, abortou o trabalho até então realizado; a propriedade colectiva dos meios de produção não vingou.
Confesso que desconheço se este tipo de acção global, de olhar para a família camponesa como um “projecto”, se insere hoje em algum dos programas de extensão rural, ou de desenvolvimento.
Parece-me, contudo, prevalecer uma certa confusão entre o conceito (i) FOMENTO /ENQUADRAMENTO dos camponeses para a produção de mais algodão, tabaco e outras culturas (sem as quais as industrias transformadoras não sobrevivem), com possibilidade de mais receitas, utilizadas, em grande parte, em mau consumo, não reprodutivo, perpetuando o subdesenvolvimento, e (ii) o conceito de DESENVOLVIMENTO rural, de incremento do bem estar do agregado familiar no seu todo, mediante a difusão de conhecimentos que induzem ao bom consumo.
Um abraço
Florêncio
E eu que não sabia da Direcção de Sociologia Agrária...Excelente ideia.
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