Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
17 maio 2007
Os desabafos do cabritismo
2 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Professor,
ResponderEliminarQuer-me parecer que esta prática de venda de influências para a obtenção de postos de trabalho, o “vender vagas”, está a ganhar cada vez mais campo, talvez mesmo a institucionalizar-se em Moçambique, tanto no sector informal como no formal.
Passou-se comigo o caso que vou contar, que me veio mostrar o quanto por vezes ignoramos o que se passa à nossa volta.
Precisava de um cozinheiro, e a notícia correu pela vizinhança. Apareceu-me uma senhora, também empregada doméstica, a recomendar uma pessoa dita de sua confiança. Aceitei a proposta, e o cozinheiro começou a trabalhar. Mal terminado o primeiro mês, a referida senhora apareceu a exigir dele – que nunca a tinha sequer abordado para pedir que lhe arranjasse emprego e que pouco a conhecia - a “sua parte”. O cozinheiro estava desempregado há algum tempo, tinha outras dívidas por pagar, etc., mas, apesar de todas estas suas alegações para adiar o pagamento da dita “dívida”, teve de a “saldar” de imediato dado o barulho que a outra levantara contra ele e o ambiente que criara entre os outros empregados.
Chocada com tal procedimento da senhora, comentei-o com colegas de trabalho e amigos. Muitos não ficaram nada surpreendidos e disseram-me que era assim mesmo que as coisas agora se passavam. A única crítica que fizeram foi a de que a quantia devia ter sido previamente acordada entre os dois. Disseram-me que muitas vezes é combinada a entrega do primeiro salário na totalidade, mas que podem chegar a ser três, o que pode deixar algumas pessoas endividadas para sempre. Recordaram-me o caso do BIM, que foi tratado nos jornais, e eu, por extensão, pensei no aparelho de estado e no que poderá estar a passar-se por aí.
Acho que este tema seria uma boa matéria de estudo numa perspectiva sociológica. Considero também que a “venda de vagas” no Estado deve estar a merecer mais prevenção.
Fátima Ribeiro
Não tenho qualquer dúvida de que daria um belo estudo, do género daquele que Michel Crozier fez em relação à burocracia em frança.
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