Então, creio que desde sempre, em todo o mundo, o problema dos governantes consiste em saber como aplicar esse princípio, o princípio de Platão.
Com algum humor, creio ser possível dizer que o princípio de Platão resume tudo o que podemos dizer do patriotismo, dessa maneira de queremos amar uma pátria espartilhados nos três metais, prisioneiros das nossas diferenças sociais.
Mas o problema pode complicar-se quando, falhos de emoção e de apego na base, desejamos impor à força a "nobre mentira". Por outras palavras, quando entendemos que uma pátria se ama melhor quando impomos a educação patriótica.
Da minha experiência de professor no ensino secundário, sempre guardei como convicção que não é com a educação patriótica imposta de cima com um processo de avaliação idêntico ao que adoptamos para a Biologia ou para o Português que conseguimos patriotas ou patriotas mais sólidos.
Nesse plebiscito de todos os dias que é uma pátria, para usar a expressão de Renan, toda a imposição gera, regra geral, por hipótese, o oposto do que se deseja. Uma pátria não se ama por decreto. E muito menos quando os trabalhadores de Platão descobrem, finalmente, que a mentira nem nobre é.
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[*]Platon, La République. Paris: GF-Flammarion, 1966, pp. 166-167.
Eu aínda estou a tentar perceber a racionalidade do seu pronunciamento. Será que se enquadra na esteira dos pronunciamentos de Marcelino dos Santos e Mariano Matsinhe? Ou será que as duas coisas são totalmente opostas? É sensato continuarmos a pensar que os pronunciamentos são isolados e não reflectem necessariamente a agenda do Vermelhão? São inquietações e estou começar a ver um padrão a emergir.
ResponderEliminarJulgo ser sensato aguardar.
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