Numa experiência inédita, Joshua Bell, um dos mais famosos violinistas do Mundo, tocou incógnito durante 45 minutos numa estação de metro de Washington, de manhã, em hora de ponta, despertando pouca ou nenhuma atenção. A iniciativa foi da responsabilidade do jornal "Washington Post", que pretendeu lançar um debate sobre arte, beleza e contextos. Ninguém reparou também que o violinista tocava com um Stradivarius de 1713 - que vale 3,5 milhões de dólares. Três dias antes, Bell tinha tocado no "Symphony Hall de Boston", onde os melhores lugares custam 100 dólares, mas na estação de metro foi ostensivamente ignorado pela maioria. A excepção foram as crianças, que, inevitavelmente, e perante a oposição do pai ou da mãe, queriam parar para escutar Bell, algo que, diz o jornal, indicará que todos nascemos com poesia e esta é depois, lentamente, sufocada dentro de todos nós." Foi estranho ser ignorado" - disse Bell.
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O meu obrigado ao MG por me ter chamado a atenção para este caso.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
16 maio 2007
Aconteceu
5 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Linda experiência. Fora as conclusões do jornal, também penso que fingimos que gostamos de arte e estética, quando na verdade os nossos ouvidos não estão cultivados para tal. É uma questão de aparências - queremos ser vistos em eventos onde as elites participam para fazermos de conta que pertencemos.
ResponderEliminarQuantos de nós aos domingos à noite escutamos a Rádio Cidade para ouvir música clássica? Me parece que precisamos que alguém nos diga que isto é bom para dizermos que é bom - será a educação que nos é dado?
Também pode significar que as pessoas na páravam para escutar porque não tinham tempo para o fazê-lo. É lugar comum se falar da "correria" dos ocidentais.
Também agradeço a divulgação da notícia. Muito interessante esta iniciativa.
ResponderEliminarOpiniões não faltarão para explicar os motivos que levaram as pessoas a não parar para ouvir Joshua Bell.
A pressa, o ruído envolvente, a falta de sensibilidade para este género de música.
Na verdade, para qualquer tipo de música, é preciso ter o ouvido "educado".
Pessoalmente, não consigo entender a ópera chinesa, dificilmente me concentro em música contemporânea, mas ficaria a ouvir este concerto no metro.
O fundamental a reter, creio, é o anonimato em que pode cair seja quem for que mergulhar em locais de circulação rápida de multidões temporárias.
ResponderEliminarProfessor, concordaria consigo imediatamente, se a experiência tivesse sido feita com um grupo da pop-musica, de grande êxito actual e o resultado tivesse sido o mesmo.
ResponderEliminarSó me lembro da Madonna....para esta experiência (devido à minha desactualização). Pensa que seria ignorada pela multidão?
Atrevo-me a pensar que haveria problemas naquele local por afluência excessiva de pessoas.
Bem, de facto não devo ser tão taxativo.
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