
I - Posição do estudante
As posições de Dhlakama não são nem boas nem más, não são nem justas nem injustas: são apenas posições políticas. As posições políticas são eficientes ou deficientes. Mais nada do que isso. O presidente da Renamo joga com aquelas que acha serem eficientes. Acusam-no de ser um rio tumultuoso. Mas ele riposta, bem à Brecht, argumentando que as margens que o comprimem é que são responsáveis. Disse Weber que o Estado é o proprietário dos meios de violência legítima? Pois ele, Dhlakama, general de quatro estrelas, defende que tem o legítimo direito de também ser proprietário. Por quê? Porque não há em Moçambique um Estado neutro. O Estado que existe é o da Frelimo. E os polícias são da Frelimo. Por isso não irá nunca à Procuradoria da República. O procurador Madeira é bom homem, mas é a Frelimo quem nele manda. E, depois, há ainda, pairando forte, o espírito do acordo geral de paz de 1992. Ora, o velho Hobbes disse um dia que sem a espada os acordos não passam de palavras. Por isso Dhlakama anda de espada desembainhada na proximidade das eleições. E ter a espada desembainhada é um estratégia que obriga o adversário a ser comedido a vários níveis, em particular no que aos locais de votação concerne.
II - Posição do cidadão
O cidadão que há em mim interroga-se, de forma muito severamente moral, sobre a postura cívica do presidente da Renamo, um presidente de partido que almeja desde 1994 ser o presidente da República. O cidadão de mim interroga-se bem no coração do senso comum, esse órgão mental, como dizia Hannah Arendt, que nos faz perceber, compreender e reagir perante a realidade e os factos. E por isso como cidadão serei, aqui, muito piegas. Então, que presidente pode Dhlakama ser com semelhante linguagem castrense, após tantos anos de guerra, metendo Aks-47 em permanência nas palavras perante o seu povo? Que gestão civil coerente poderá algum dia assegurar com o permanente recurso à ameaça? As ameaças e a violência não geram legitimidade, mas medo. Medo e resistência. Medo, resistência e cansaço. Os resultados das últimas eleições, ainda que eu tome em conta as irregularidades havidas, podem denunciar, já, um cansaço popular com a falta de originalidade renamiana. E com a sistemático recurso ao papel de vítima. E que ser é Dhlakama para se furtar à lei? Mais: se um dia for presidente, estará disposto a aceitar a tese frelimiana de que a polícia é da Renamo? Finalmente: suspeito que de cada vez que Dhlakama dispara a sua AK-47 verbal as embaixadas ganham úlceras gástricas.
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Pode acontecer que, como é meu hábito, artesanal hábito, aqui volte para corrigir ou mudar algo.
Na primeira posicão talvez ainda valha Dhlakama ao seu pronunciamento contínuo. Também há gente que afirma que em muitos países africanos os estados não têm ainda o monopólio dos meios de violência sendo por causa disso que eles, os estados africanos são ainda fracos...
ResponderEliminarA segunda posicão é a que muitos, penso eu, têm como preocupacão se bem que Dlhakas pretende realmente ser presidente de Mocambique. Duvido que ele ainda o pretende ser. Talvez esteja ele a enganar aos membros do seu partido, qd de facto ele está muito satifeito com o que é agora. Embora saibamos que ele está a mentir que nunca iria responder à PGR, já que o conhecemos como muito pentiroso e menos na assinatura do AGP, é preocupante com afirmacões dele... Que confianca Dlhakama tem de que se intormissão da polícia ele vai ganhar eleicões? Pq Dhlakama não se preocupa ser diferente do Guebuza e a Renamo diferente da Frelimo para ganhar mais membros e simpatizantes?... Enfim, até nem consigo escrever mais. Imagino de que desgosto ele cria aos membros de bom-senso da Renamo.