Outros elos pessoais

22 março 2007

Pedidos de socorro contra ladrões no Malhazine


Enquanto as explosões no paiol das Forças Armadas situado no bairro de Malhazine abalam a cidade de Maputo, mensagens de celulares correndo em rodapé no noticiário da estação televisiva STV pedem socorro às autoridades policiais contra ladrões que, no bairro de Malhazine, é suposto terem invadido as casas dos moradores fugidos em debandada.
Entretanto, tem-se registado um grande movimento de ambulâncias na cidade.

4 comentários:

  1. Prof. tenho muitas dúvidas sobre a forma como a população pensa o ladrão. Deve ser um ser anormal, destituído de certos estados emocionais, nomeadamente medo. Se elas, as pessoas que temem o Muhivi, estão a fugir de um perigo, os estrondos, será que ele, o Muhivi, não tem a noção de perigo que emana do perigo? Por que é que estão tão convencidos que o Muhivi irá tirar partido do pânico? Será que o Muhivi existe na realidade? Ou só existe no imaginário da população, uma espécie de um ser sem contornos existenciais?E se só existe no imaginário popular, o que assegura a sua existência imaterial? Será a incerteza que reina no país? A imprevisibilidade face à segurança e ordem pública? Será uma espécie de revelação da falta de confiança nas nossas instituições de segurança?
    Tantas perguntas, algumas banais! Quem é o Muhivi que o povo teme? Beúla

    ResponderEliminar
  2. Excelente pergunta, a que surge no fim do seu comentário! Aguardemos, entretanto, mais informação.

    ResponderEliminar
  3. beula, o muhivi é o que chamam de CERTEZA, a certeza de que nao vao perder o que tem, muhivi é a manifestacao de perda, a manifestacao da falta de orientacao do espaco e do tempo. o ritmo de mudancas em mocambique é bastante rapido e esta a mexer com percepcoes sociais que as populacaoes tem sobre o tempo e o espaco, podias falar do conflito de identidades e aceitacao de novos valores de afirmacao social: bens materiais e saude. o muhivi é a falta de certezas entre o passado e o futuro. a certeza do presente é este muhivi que esta presente no pensamento e na manifestacao social. a falta de certezas de que esta crise quando terminar vai deixar intacto as relacoes sociais, economicas e culturais ate aqui adquiridas ou conquistadas. a inseguranca pode ser resultado da falta de certezas, voce amarra o cabrito ou corta a pena da galinha para nao fugir, e a vida de muitos em mocambique nao esta amarrada - basta ver o ritual da igreja universal de enterrar caixoes, o ritual que fizemos quando é nos atribuido um terreno onde porque faltam certezas construimos uma palhota, ou metemos la entulho, para mostrar que la alguem vive, esta ocupado.

    o professor fez uma pesquisa sobre o fenomeno de linchamentos, trouxe questoes interessantes, mas o fenomeno de certezas nao vi la interpretado. hoje o suburbio de maputo vive gente de diferentes etnias, culturas, extractos sociais, que partilham diferente CERTEZAS. onde faltam instituicoes que podiam mediar estas incertezas - dantes tinhamos o chefe de quarteirao, o chefe de dez casas, o curandeiro, o miliciano, o chefe da celula do partido, os velhotes - hoje teriamos que ter a policia, o assistente social,etc.

    entao beula acho que tens perguntas muito bicudas.

    ResponderEliminar

Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.