Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
25 março 2007
4 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
A explosao do paiol de Machazine so pode ser explicado atraves da teoria do deixa andar. Se em Janeiro houve um forte sinal de que algo bastante perigoso iria acontecer e nada foi feito, significa que os responsaveis do paiol, em ultima analise o sr Tubias Dai, mostrou-se bastante negligente perante um problema latente actuando em concordancia com o principio do deixa andar, "publicamente assumido como uma das sentinelas da Pobreza". O presidente da republica, uma vez que o cunhado nao pretende por o lugar a disposicao, tem uma excelente oportunidade para, mais uma vez, mexer o xadrez do seu governo, demitindo o sr. Dai e, desta forma, fazendo-se coerente com os principios, escrupolosamente, defendidos por ele.
ResponderEliminarOutro assunto...nao percebo a razao do desdobramento do partido Frelimo em brigadas de trabalho nas zonas afectadas pela explosao, alguem compreende? Ministros, em pleno periodo laboral, representando o partdido Frelimo, em vez do governo, nas visitas domiciliarias, hospitalares, etc...Fica muito mal! A Frelimo parece-me, relativamente madura, portanto nao precisa de fazer aproveitamento politico de uma situacao pro ela criada e bastante sensivel.
Um abraco
A cada dia que entro em contacto com os órgãos de comunicação, vou tendo conhecimento que o número de vitimas esta aumentando. E a cada aumento do número de vitimas nasce em mim a esperança que os responsáveis por tanta negligência dêem as caras. E a minha frustração por não ver isto acontecer faz me pensar mais e mais em Thomas Hobbes. E porquê?
ResponderEliminarT. Hobbes defende que a origem do Estado está num contrato/pacto firmado entre homens (que viviam sem poder nem organização), se estabelecendo a partir dai as regras de convívio social e subordinação política.
O Homem firma o pacto para sair da condição de guerra generalizada de todos contra todos, onde cada indivíduo governa-se por sua própria razão e pelo direito de preservação da sua vida podendo mesmo apossar-se do corpo dos outros. Isto é, enquanto cada homem detiver seu direito de tudo fazer (incluindo matar), todos homens se encontram na condição de guerra.
A saída passa por cada homem ceder o seu direito de proteger a sua vida e de se governar como bem entender à um poder soberano ―ESTADO (“Cedo e transfiro meu direito de governar-me a mim mesmo a este homem, ou a esta assembleia de homens com a condição de transferires a ele teu direito, autorizando de maneira semelhante todas as suas acções”–Leviatã, cap. XVII).
Assim, os homens estão dando ao Estado (que tem de ser soberano) o poder de instaurar a paz entre os homens garantindo sobretudo a vida destes mesmos homens. E todos concordam em obedecer a este Estado. Mas se o soberano (Estado) não consegue garantir a vida e segurança dos homens, desaparece a razão para que qualquer homem lhe deva obediência.
Para o nosso caso concreto, temos em Moçambique um poder que é soberano e que resulta de eleições. Isto é, temos um poder soberano instaurado por um pacto/contrato ― que são as eleições realizadas em 2004. Este poder soberano, dentre várias obrigações, tem a responsabilidade de garantir a segurança e vida dos cidadãos.
Na perspectiva Hobbesiana, se o mesmo (poder soberano Moçambicano) não consegue cumprir a principal razão da sua existência (garantir a paz e vida) qual seriam as razões para sua continuidade?
Com isto, pretendo chegar ao ponto que é inconcebível que num país com um governo eleito, morram mais de 80 pessoas e ninguém se responsabiliza por isso. A CULPA NÃO PODE MORRER SOLTEIRA
Elton B.
Amigo Carlos Serra, estou visivelmente compungida com a tragédia ocorrida em Malhanzine. Tenho o seu blog linkado em dois que possuo. Num deles usei esta foto e espero que não se sinta ofendido.
ResponderEliminarO meus sentimentos pela tragédia e parabéns pela informação.
Abraço
http://sol.sapo.pt/blogs/mssn/default.aspx
AA, compreendo a sua preocupação. Elton, tb compreendo a sua, Hobbes está bem empregue no texto. Papoila, bem-vinda, use o que achar que deve usar, esteja à vontade e obrigado pelos elos criados.
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