Recordo aqui e aqui as entradas anteriores antes de prosseguir o tema em jeito de notas, de hipóteses simples.
I
O cientista asseptizado, confortavelmente instalado no seu recanto científico institucional, se é e continua a ser muitas vezes real, não é, porém, frequentemente, menos enganador. E isso pode verificar-se quer no trabalho científico estritamente considerado, quer no trabalho científico conjugado com uma actividade política directa ou indirecta.
II
O trabalho científico pode frequentemente esconder uma intensidade de luta política muito grande. Entre muitos outros casos, considere-se o trabalho de Max Weber e de Émile Durkheim. Toda a vida científica de Weber foi pontuada por um acirrado combate contra as ideias de Karl Marx. Mesmo o seu trabalho metodológico mais aparentemente neutro, é uma crítica ao engajamento político de Marx, é um aguilhão político mergulhado numa carne científica só na aparência isenta. Por outro lado, toda a vida científica de Durkheim foi uma luta política permanente contra a revolução, contra o medo dos operários, contra o que chamou desordem social. Ao fim e ao cabo, uma luta contra o legado político-científico de Marx (naturalmente que toda a vida científica e política de Marx só tem sentido se considerermos o seu combate contra as ideias de Adam Smith, Ricardo, Proudhon, Malthus e Hegel).
III
O trabalho científico conjugado com uma actividade política directa tem vários expoentes de prestígio na história. Aqui a militância política aparece a descoberto, não se esconde, não se disfarça em nobres manifestos de neutralidade axiológica. O caso mais emblemático foi e é, para mim, o de Karl Marx. Economista, historiador, sociólogo, antropólogo, filosofo, matemático, crítico literário, político, Marx era também um admirável polemista, um homem de jornais. Depois de Marx, creio que uma parte significativa das ciências sociais consistiu e continua a consistir em (1) aproveitá-lo; (2) reelaborá-lo e (3), mais frequentemente, combatê-lo. Além de Marx, outros dois grandes cientistas devem, em meu entender, merecer atenção: Pierre Bourdieu e Noam Chomsky.
I
O cientista asseptizado, confortavelmente instalado no seu recanto científico institucional, se é e continua a ser muitas vezes real, não é, porém, frequentemente, menos enganador. E isso pode verificar-se quer no trabalho científico estritamente considerado, quer no trabalho científico conjugado com uma actividade política directa ou indirecta.
II
O trabalho científico pode frequentemente esconder uma intensidade de luta política muito grande. Entre muitos outros casos, considere-se o trabalho de Max Weber e de Émile Durkheim. Toda a vida científica de Weber foi pontuada por um acirrado combate contra as ideias de Karl Marx. Mesmo o seu trabalho metodológico mais aparentemente neutro, é uma crítica ao engajamento político de Marx, é um aguilhão político mergulhado numa carne científica só na aparência isenta. Por outro lado, toda a vida científica de Durkheim foi uma luta política permanente contra a revolução, contra o medo dos operários, contra o que chamou desordem social. Ao fim e ao cabo, uma luta contra o legado político-científico de Marx (naturalmente que toda a vida científica e política de Marx só tem sentido se considerermos o seu combate contra as ideias de Adam Smith, Ricardo, Proudhon, Malthus e Hegel).
III
O trabalho científico conjugado com uma actividade política directa tem vários expoentes de prestígio na história. Aqui a militância política aparece a descoberto, não se esconde, não se disfarça em nobres manifestos de neutralidade axiológica. O caso mais emblemático foi e é, para mim, o de Karl Marx. Economista, historiador, sociólogo, antropólogo, filosofo, matemático, crítico literário, político, Marx era também um admirável polemista, um homem de jornais. Depois de Marx, creio que uma parte significativa das ciências sociais consistiu e continua a consistir em (1) aproveitá-lo; (2) reelaborá-lo e (3), mais frequentemente, combatê-lo. Além de Marx, outros dois grandes cientistas devem, em meu entender, merecer atenção: Pierre Bourdieu e Noam Chomsky.
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