Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
27 janeiro 2007
"Vamos ver quem dispara melhor do que a Renamo"
"Vamos ver quem dispara melhor do que a Renamo" - palavras do presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, ontem, num seminário para quadros do seu partido em Quelimane, ao não excluir o recurso às armas de fogo caso - disse - a Frelimo continue a "roubar" (sic) os seus votos nos pleitos eleitorais. A Frelimo tem usado polícias e soldados para assegurar o roubo de votos e por isso a Renamo tem de actuar - acrescentou. Ora, a Renamo também sabe usar a AK-47 (metralhadora russa), rematou Dhlakama, referido pela Rádio Moçambique (RM) hoje.
A RM ouviu depois o secretário do Comité Central da Frelimo para a Mobilização e Propaganda, Edson Macuácua, que disse que a Renamo é incoerente, que está desesperada, que é uma oposição em decomposição, etc. (noticiário da Rádio Moçambique de hoje, 27/01/07, 19.30)
Eu escrevi em entrada anterior que previa que a partir desde ano a temperatura política iria subir. E já começou a subir.
Porta-vozes de cada um dos lados farão comunicados cada vez mais inflamados, diabolizando o lado contrário.
Vou acompanhar de muito perto tudo isso.
Leia entretanto a posição da AWEPA sobre fraude ocorrida nas eleições de 2004.
6 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
na renamo faltam referencias. ate hoje a unica referencia que a renamo oferece e de um partido "militar". hoje em africa governa quem tem referencias, os casos de chiluba e kumba lala mostraram isso. e esta coisa de fraude eleitoral tem que ser tratado com muita seriedade, a cultura democratica e a seriedade das instituicoes de justica e eleitoral nao podem ser coisas de "matrequices". seriam muito bom os jornalistas perguntarem aos nossos politicos o que estao a ler, o que fazem no tempo livre, conhecem algum pais africano alem de "Nelspruit", qual o pensamento politico, que figura politica e pais no mundo tem como referencia de desenvolvimento. Porque nao sei nada que possa ajudar-me a clarificar a minha tendencia de voto, que nao seja o medo de retorno a guerra. o musico lisboa matavel em todos os seus albuns faz referencia a mulher dele, o chefe de quarteirao, o administrador, o motorista, o patrao, o seu mestre de guitarra, onde aprendeu a marrabenta, falta isto no nosso panorama politico, " matavelizar" a mente. afinal quem sao os nossos politicos?
ResponderEliminarQuestões colocadas, questões a reflectir....Mas não tenha qualquer dúvida de que vamos ter eleições turbulentas, mais turbulentas talvez do que as anteriores.
ResponderEliminarpodia ser interessante professor, acredito que sim. o jornalista podia dar uma ajudinha nisso. as primeiras eleicoes foram as mais pacificas para mim. o resto foi uma bola de neve.
ResponderEliminarDesta vez ninguém vai querer perder...Esperemos. Irei escrever sobre isso no "kusondzokera ndale pa dziko"...
ResponderEliminarO que está criando problema em "nossa casa" é mais falta de responsabilizacão. E isso é o mais perigoso. Desde as eleicões autarquicas de 2003 as fraudes têm nome ou seja ou fraudulentos são bem conhecidos e das formas como elas são feitas sabe-se. Hoje não há dúvidas que o nosso processo democrático está altamente manchado, mas o pior é de essa mancha pretender-se que seja ainda mais maior. Na Beira o infractor tem nome; em Tete sabe-se quem eram os presidentes de mesa onde se encheram os votos nas urnas; em Mocimboa da Praia houve uma accão ainda muito mais perigosa. Pode me parece que seja o que envolve AKM na linguage.
ResponderEliminarQd a justica nada faz contra os infractores do processo eleitoral ou faz favorecendo uma parte é perigoso.
A minha dúvida em relacão a Renamo e Dhlakama é se se preparam para evitar que haja fraudes (seria o melhor) ou se eles querem que elas (fraudes) sejam um ponto de partida (é o pior). A mando ou não do partido no poder as fraudes a favor deste se cometerão e talvez em larga escala. As pessoas sabem o que ganham por isso e que mesmo detectadas não são chamadas à responsabilidade. Para a Renamo mostrar que quer fazer tudo por tudo para evitar que fraudes ocorram, talvez vissemos pelo envolvimentos de quadros seniores na fiscalizacão ao contrário do que li que em Nampula, os ex-guerrilheiros se envolveriam nela.
Lá para outro lado, há os que estão se movimentando em termos de organizacão da sociedade civil (e têm que ser pro-governamental ou intrigando outras organizacões - já li no canal de Mocambique coisa igual) para terem lugar nas comissões eleitorais...
Acredito que teremos eleicões turbulentas a não ser que isto se procure evitar desde agora.
A ver vamos, tudo está a começar. O "poder" político é uma coisa complicada e tem uma lógica irremediavelmente (e muitas vezes tragicamente) simples: quem o tem não o cede; quem o não tem, luta por todos os meios para o ter. Temos hoje "democracias" onde o voto foi construído como um relógio autocrático. E como já um dia escrevi neste diário, aos povos só resta hoje, muitas vezes, esperarem pelos votos para homologarem as chamadas democracias.
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