Outros elos pessoais

14 janeiro 2007

E agora vão chegar os administradores

Li tardiamente, por vezes isso acontece-me.
Agora cada cidade, com excepção de Maputo, vai ter um administrador.
Em cada cidade está um governador. O governo provincial tem vários directores e chefes sediados nas cidades. Depois há o secretário permanente, o presidente da Câmara.
E agora vão chegar os administradores.
Um Estado tentacular, cada vez mais oneroso, mais extenso, que opta pela multiplicação de gestores em lugar de melhorar a qualidade dos que já tem, justamente quando o partido que o detém e o gere afirma que a pobreza absoluta é o eixo da sua luta.
Para explicar semelhante inflação, poder-se-ão considerar duas hipóteses eventualmente exequíveis:
(1) Acomodar a ansiedade das elites, em número crescente e lutando por um lugar no "poder";
(2) Cerrar a malha administrativa das cidades, que é sempre uma malha político-administrativa, por forma a controlar melhor o movimento dos partidos políticos em geral e o seu comportamento em particular face às próximas eleições.

3 comentários:

  1. professor!
    o mais caricato, ninguem diz se esta nova figura vem aumentar a eficiencia na gestao da administracao local, porque? como?
    hoje, neste processo de descentralizacao e decentralizacao ficamos com a sensacao que o partido no poder nao esta comprometido com essa agenda. importante seria o debate sobre as financas locais,autonomia administrativa, etc. mas parece que a prioridade esta no controle das proximas eleicoes provinciais.

    ResponderEliminar
  2. Dois pontinhos apenas:

    1- "De acordo com Chomera, quando nomeou-se uma governadora para cidade de Maputo houve quem não compreendeu quais seriam as funções desta, face a existência do presidente do Conselho Municipal, mas depois ficaram esclarecidos. Agora a situação se repete o que vem provar que o problema não está na lei e sim nas pessoas."

    Eu pessoalmente nao estou esclarecida das suas funcoes e razoes de ser. E la me estao a chamar de problematica de novo (no fundo sei que estao e achamar-me de ignorante). Mas a experiencia que tenho e que em todos os sitios em que ha um administrador de distrito e um presidente de camara, ha problemas de jurisdicao... para que negar evidencias?

    Sempre que as pessoas desafiam a logica de governo, e porque estao a ser reaccionarias... Mas afinal... isto da democracia e o que? Direito e ser eleito e depois dizer e desdizer como bem lhe apetece e nao com o acordo de quem o elegeu? Ai que este caminho e longo e esta marcha nunca mais acaba... Continuamos num Estado paternalista e omnisciente.

    2- "Uma questão, relevante foi levantada ao ministro e dava conta de que estas mudanças na estrutura administrativa suscitava recursos humanos, financeiros, materiais e até infra- estruturas. Quanto a isto, o ministro assegurou que os custos não serão elevados."

    Esta historia dos custos so me da vontade de descer dos saltos, como dizem os brasileiros. A nossa economia deve mesmo andar muito boa, que podemos fazer estes gastos administrativos adicionais. Ja nao devemos precisar de fazer combate a pobreza nenhuma, nem investir na producao, saude e educacao. Vamos celebrar... A pobreza acabou!

    ResponderEliminar
  3. Vamos a ver no que vai dar. O problema pode ser muito complicado na cidade da Beira.

    ResponderEliminar

Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.