Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
15 janeiro 2007
Desemprego em Maputo
11 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Bom dia Professor
ResponderEliminarnao era minha intençao fixar aqui o meu mail, infelizmente nao consigo apagar o comentario, caso consiga apaga-lo agradeço-lhe antecipadamente.
Saudaçoes cordiais
Iolanda
Apaguei.
ResponderEliminarprofessor! aqui esta um caso interessante para uma abordagem sobre a relacoes sociais e ciencias de saude: http://www.opais.co.mz/noticias/index.php?id_noticias
ResponderEliminarobrigdo Professor.
ResponderEliminarEm relaçao a afirmaçao que faz a "esfinge" gostaria de perguntar se é assim tao linear essa relaçao, i.é nao havendo trabalho na cidade tentar fixar-se as pessoas ao campo, sera isto possivel, sera viavel, sera uma soluçao?
tentou-se no caso saotomensse e nao se pode dizer que o resultado tenha sido glorioso...
Iolanda Aguiar
No seguimento do comentario da Iolanda, ao comentario da Esfinge... nao me recorda muito bem, mas creio que a nossa 'operacao producao' tambem tinha o mesmo intuito, nao? Retransferir o excedente urbano para o campo... Do que sei tambem nao deu certo.
ResponderEliminarE caso para de recordar de nao se esquecer do tempo que passou. E continuar a batalhar para encontrar solucoes dentro e nao atirando para fora. As duas pequenas iniciativas mencionadas parecem interessantes. A formacao profissional tambem pode melhorar um pouco a situacao (afinal parece que estas pessoas sao mao de obra menos qualificada).
Provavelmente o que esta a acontecer e que o nosso mercado esta cada vez mais competitivo, na exigencia de formacao. Ha cada vez mais gente formada e formada a niveis mais altos. Mas tambem o proprio INFP esta mais visivel, nas suas accoes, angariando assim mais potencias candidatos a emprego. E a economia tambem nao deve estar facil para os empregadores, especialmente das pequenas e medias empresas. Esta combinacao e explosiva. Mas ha que continuar a batalhar. Desistir nao e opcao.
Assim nascem e crescem as economias do desenrrasca.
O sempre jovem Hegel escreveu um dia que as pessoas não vinham para as cidades porque eram magneticamente "atraídas".
ResponderEliminaro endereco electronico estava errado. qui vai o correcto: http://www.opais.co.mz/noticias/index.php?id_noticia=1933
ResponderEliminare volto mais tarde com mais comentarios. desculpem pelo lapso.
Obrigado pelo endereço, já li...
ResponderEliminarEste comentário foi removido por um gestor do blogue.
ResponderEliminarBom dia Prof. apareceu no Le monde de 16 de Janeiro de 2007, um artigo de Antoine Reverchon, intitulado AU MOZAMBIQUE, LA TERRE PROPRIETE DE L’ETAT, SUSCITE LES CONVOITISES. Digitalizei-o, mas como tenho problemas com o comp. Nao consegui envia-lo. Ao que se junta a falta de tempo... mas como diz o velho ditado popular mais vale tarde do que nunca, assim, traduzirei alguns excertos.
ResponderEliminarACHEI- O INTERESSANTE, E PERTINENTE NA MEDIDA EM QUE “ESFINGE” LEVANTOU A HYPOTESE NESTE RECANTO DA FIXAÇAO DOS DESEMPREGADOS No CAMPO.
“Johannes Van de Grip exprime-se com um sotaque que denota a sua origem afrikander: “o mais dificil é fazer trabalhar os moçambicanos” Seu patrao, branco também, mas de origem portuguesa, suspira “ A reacçao do meu interlocutor é exagerada, o problema é preferencialmente, que eles (os moçambicanos) nao sao bem formados. Antonio Gomes ficou em Moçambique depois da independencia em 1975, por convicçao politica. Ele fez mesmo carreira no exercito, chegando a oficial do estado-maior ao serviço do governo marxista –leninista, aquando da guerra civil , de 1978 a 1992, que opos-se o jovemEstado a uma guerrilha apoiada pelo regime de apartheid de Petroria.
Reintegrado na vida civil o Sr Gomes fez negocios com os inimigos de ontem para explorar Mafavuca, a uma centena de quilometros a norte de Maputo, a capital, um bananal de uma centena de hectares (...) foi necessario investir 1,5 milhoes de dolares para instalar 18 km de linha electrica, contruir uma pista praticavel, em todas as estaçoes, pelos camioes, repicar plantas e instalar ateliers para instalar os trabalhadores, em época alta, cerca de 400 camponeses de vilas vizinhas.
O capital da sociedade, Sapel é detido a 1/3por Antonio Gomes, associaos Moçambicanos e uma sociedade agro-industrial sul africana, a a principal débouhé de Sapel: “ Com 20 toneladas de banana por dia, nós saturamos o mercado de Maputo. Quando, para ser rentável um bananal deve produzir 500 toneladas por dia” explica o ex-militar.
O Sr Gomes demorou 6 anos para instalar o seu projeto “Nós poderiamos ter feito em 3 anos, se tivessemos podido ter feito emprestimos, mas as taxas sao a 23% e os bancos exigem 100% de garantia” Ora, està fora de questao em Moçambique, de dar a terra como cauçao, pois esta é propriedade do Estado, excepçao feita à estratégia de privatizaçao engaijada pelo governo depois de 1990 para beneficiar de creditos od FMI e da BM; As autoridades só outorgam o uso da terra aqueles que a cultivam, e este direito so é transmisivel no seio das comunidades camponesas. “ Se eu paro de trabalhar perco o direito de concessão, ainda que eu venha a trabalhar toda a minha vida, a terra, nao pertencerá jamais à minha familia”
Isto nao é certo, pois o debate sobre a necessidade de se privatizar ( ou nao) as terras bat son plein entre os economistas, os bailleurs de fonds estrangeiros e o poder politico.
Embora tenha um crescimento de 8% a 13% por ano depois de 10 anos (excepçao feita a 2000, por causa de inundaçoes catastroficas) Moçambique continua um dos países mais pobres do mundo com 54% da populaçao essencialmente rural – que vive com menos de 1 dolar por dia. (...) “Le mantien, por ideologia, da propriedade publica da terra talvez seja positiva para os pequenos camponeses, mas ela dissuade a agro-industria de investir neste pais, de enormes potencialidaes. As famosas concessoes sao objecto de um trafico que so beneficia, as pessoas ligadas ao partido no poder”, constata um economista ocidental , colocado em Maputo numa representaçao diplomatica. “O problema nao é a propriedade da terra , diz CARLOS CASTEL-BRANCO, PROFESSOR DE ECONOMIA NA UNIVERSIDADE DE MAPUTO. A privatizaçao so beneficiara aà elite dirigente que tem meios de aquisiçao, e os bancos nao querem terras como garantia, eles nao tem vontade de ser propriétarios , em caso de falencia das pessoas a quem foi concedido o credito. E o risco de ver essas terras defenitivamente votadas ao abandono sera real”. Conceder a terra aos camponeses, nao é suficiente. “ é necessario, construir estradas, mercados locais, dar-lhes creditos, formaçao e as tecnologias que permitirao um aumento de produçao . E sobretudo, a possibilidades de os assegurar contra riscos climaticos. Antes de pensar em privatizar as terras, é necessario, organizar e facilitar o trabalho dos camponeses acrescenta o M. Castel-Branco.
Qto ao crecimento da agricultura de exportaçao, embora ela atraia investidores sul africanos, ela nao gera postos de trabalho (emprego), segundo HERNADO ZAACHECO, ECONOMISTA DO FORUM DA DIVIDA, uma coaliçao de uma centena de organizaçoes nao governamentais (ONG) “ Em Moçambique, o unico verdadeiro activo é a terra; mas ela nao so tem valor qdo alimenta quem a cultiva.””
Uf! Acabei.
DEPOIS DE LER ESTE ARTIGO, CHEIO DE REFEXOES É CASO PARA PERGUNTAR, COM TODO O RESPEITO PELOS ECONOMISTAS, ONDE ESTAO OS SOCIOLOGOS E OS AGRONOMOS?
En attendant, considerando que, 54% da populaçao é essencialmente rural, como é que os trabalhadores nao sao bem formados? Nao sao bem formados em quê ou para quê? Nao sao bem formados para serem “operarios agricolas” ? Nao sao bem formados para trabalhar em grandes exploraçoes agricolas? Nao sao bem preparados para trabalharem com culturas “cash croop”? Nao sao bem formados para trabalharem num bananal? Nao sabem como lidar com a terra? Porquê?Nao estao vocacionados para o tipo de organizaçao que a empresa deseja? Nao conhecem o trabalho do campo? Estranho! Pois segundo o Sr Gomes eles sao recrutados em vilas camponesas vizinhas!!! Assim, sera que esses trabalhadores sao verdadeiramente camponeses? Sera que eles vivem da agricultura em suas vilas? Nao serao pessoas que se cansaram das “praças de ocio” urbanas, dos “dumba n’dengues” e retornaram as suas vilas de origem? Quem sao, verdadeiramente, esses trabalhadores agricolas sazonais? Como aproveitar o conhecimento empirico dos camponeses para aumento de produtividade das empresas agricolas? Como aproveitar o savoir-faire campones para o desenvolvimento da agricultura? QUAL O PAPEL DA AGRICULTURA CAMPONESA NA DIMINUIÇAO DA TAXA DE DESEMPREGO?
Ja agora, o que é uma populaçao essencialmente rural?
The last but not de least, sabem os camponeses o que é um credito agricola? Desejam-no eles verdadeiramente?
Boa leitura
Obrigado pelo que fez e que certamente fará reflectir os leitores deste diário!
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