Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
02 novembro 2006
Linchamentos e académicos
Creio ser possível resumir os argumentos dos três: trata-se de um problema grave, este problema grave pode gerar a perda de valores morais, as gerações futuras estão assim em risco e, por isso, a justiça deve ser enérgica contra os linchadores, a polícia deve reorganizar-se, dispôr de mais meios, etc., para que a ligação entre Estado e povo seja harmoniosa. O antropólogo Siquisse acha que o povo é movido pela "psicologia de massas" (sic) e o filósofo Jinica propõe que a polícia investigue os "promotores dos linchamentos" (sic).
De ambos extrai-se uma diagonal: o povo é simples e obediente, os promotores dos linchamentos é que o estragam instaurando a psicologia de massas e, por isso, devem ser encontrados.
Nenhum dos meus três colegas parece ter-se inquietado sobre como vivem os moradores na periferia de Maputo.
3 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Professor,
ResponderEliminarsabe o que é profundamente atróz neste tipo de pensamento. É que estes "pensadores" são originários quase sempre desses bairros. Assim se cumprem as carreiras académicas. O antes renegado em desfavôr da identidade canudo..
Como dizia com frequência o Mabjaia, um excelente cómico nosso, "a vida é muito complicada".
ResponderEliminarTenho-me lembrado frequentemente do filme/musical Chicago ao longo deste debate sobre os linchamentos. A minha cena favorita do filmr e o "Cell Brock Tango".
ResponderEliminarO tema central do filme e a volta de crimes privados passionais. Mas o que e um linchamento senao um crime passional?
A logica da mensagem das prisioneiras e que as vitimas sao elas e nao os assassinados. Os assassinados fizeram por merecer a sua sorte. Se aqueles a quem elas se dirigem estivessem no lugar delas, teriam feito o mesmo que elas (ou seja, assassina-los). Se soubessesm o que eles lhes faziam, entao nao as condenariam? Mas acima de tudo (e esta e a parte que eu acho fundamental no discurso delas) elas admitem que cometeram assassinato, mas nao reconhecam que tenham cometido um crime.