Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
01 novembro 2006
Bom dia, obrigado
-Bom dia, obrigado
-Como está?
-Estou bem, obrigado, não sei do seu lado.
-Também estou bem, obrigado
Oiçam: quanto mais subimos na escala social aqui, mais aquele generoso obrigado por termos cumprimentado desaparece.
2 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Hmmmm...
ResponderEliminarHa uns anos atras a minha irma exaltou-se com o guarda da casa por ter feito algo que a desagradou. No fim de toda a gritaria adolescente o guarda simplesmente respondeu: obrigado.
Menina bonita da Sommershield, ela olhou para mim e disse: ainda por cima agradece.
Eu sou mais velha 6 anos e tive oportunidade de conhecer melhor a terra dos avos antes da guerra comecar. As minhas referencias nao sao so a cidade e o cimento. Conheco as galinhas, as capoeiras, os almocos de fim de semana da familia alargada, os primos, os tios, as linguas, as falas e as gentes. E mesmo assim sou apanhada de surpresa... Nunca me tinha apercebido da expressao... e perguntei-me tambem eu porque teria ele agradecido? Realmente nao tinha nada que agradecer.
E a unica resposta que encontrei foi que o tinha feito para agradecer o facto de ela chamar a atencao e que isso significava que nao repetiria o acto.
Nao foi ate ouvir (prestar a atencao) num outro contexto que me surgiu uma outra hipotese. Dessa vez ouvi alguem agradecer um cumprimento, bem ao genero do que se refere o Professor. E pensei, na etimologia da palavra (como seria o dialogo na lingua primeira do autor). E na lingua banto o cumprimento agradece-se, tudo se agradece. Na lingua portuguesa nao.
Por isso penso que talvez e uma questao de distancia linguistica e nao de distancia social... acontece e que a distancia social e acompanhada pela distancia linguistica.
Basi (em Tete aprendi que pode querer dizer 'prontos' ficamos por aqui, mas tambem e obrigado pela conversa, assim ja vou)
Tenho para mim que o obrigado reenvia para um convite terno de companheirismo permanente, para um testemunho de profundo respeito por outrém. Até eu agora digo obrigado quando me cumprimentam. E sinto-me bem dizendo-o. As línguas são um termómetro fiel do social e guardam uma memória bela a esse respeito. Por exemplo, obrigado em shinhunguè (longe de mim agora discutir a grafia) diz-se "ndatenda" no singular, mas "tatenda" no plural, em colectivo. Subtilezas belas. Por outro lado, "basi" significa de facto basta. Finalmente, a Fátima pediu-me que eu corrigisse o seu "á" do "até à próxima" colocando o acento grave.
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