Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
02 outubro 2006
Mais dois linchamentos na madrugada de ontem
Mais dois cidadãos não identificados foram linchados e queimados na madrugada de ontem na periferia da cidade de Maputo, quarteirão 7 do Bairro das Mahotas , acusados de serem ladrões. Segundo o “Notícias” de hoje (02/10/06), uma brigada da Polícia de Investigação Criminal chegou ao local "por volta das 11 horas, mas mesmo assim pouco fez, porque não tinha viatura”.
O mal-estar social é grande e aumenta dia após dia. As noites nos bairros populares tornaram-se pesadelos e há o risco de cidadãos inocentes serem acusados de ladrões caso circulem a altas horas da noite e se confrontem com os grupos de vigilantes populares ou com a polícia comunitária.
A foto, do “Notícias", mostra, em primeiro plano, os dois corpos carbonizados.
______________________
Chamo a vossa atenção para as várias entradas deste diário que versam sobre linchamentos.
4 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Porque nao vai o professor investigar isso como tem feito com outros temas e traz aqui para nos os resultados?
ResponderEliminarJonas
Se for convidado, investigo.
ResponderEliminarUm horror tudo isto.
ResponderEliminarJM
Wetela: podíamos e podemos sim. O problema principal não consiste, por hipótese, em partir da polícia para os linchadores, mas dos linchadores para a polícia. A pergunta fundamental é, por hipótese, a seguinte: o que leva pessoas a linchar colectivamente outrem? Essa pergunta leva a uma segunda, a saber: quais as causas de tanta criminalidade aparente? Estas perguntas naturalmente não excluem as que podemos e devemos fazer sobre a polícia.Por exemplo: qual a real actuação da polícia comunitária? Etc.
ResponderEliminar