“A imagem das coisas exteriores comporta para nós a ambiguidade de que tudo, nesta natureza exterior, pode tanto passar por ligado quanto por separado. As conversões ininterruptas quer das substâncias quer das energias colocam cada objecto em relação com outro, e constituem um cosmos de todos os detalhes. Mas, por outro lado, esses mesmos objectos restam votados a uma exterioridade espacial impiedosa, nenhum fragmento de matéria pode ter um lugar comum com um outro, não há unidade real do múltiplo no seio do espaço. E a existência natural, reivindicando assim de maneira igual noções que se excluem, parece subtrair-se pura e simplesmente à sua aplicação.
Só ao homem é dado, face à natureza, ligar ou desligar (…)”.
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Simmel, Georg, La tragédie de la culture et autres essais. Paris: Petite Bibliothèque Rivages, 1988, p. 159, tradução minha.
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