Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
17 maio 2006
652 confissões religiosas em Moçambique
Dado importante é o florescimento das igrejas pentecostais, com forte proselitismo religioso e apelo constante à cura divina[1].
Não pode excluir-se a existência de outras confissões não registadas.
Face a tanta busca de crença e de lenitivo, não surpreende esta proliferação da confissões num autêntico exercício de “colonização do espírito”, como diria Everett Hughes[2].
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[1] Veja, para contextos sociais parecidos, Contini, Eliane, Un psychiatre dans la favela. Paris: Synthélabo, 1995, pp.60-62; Houtart, François et Remy, Anselme, Haïti et la mondalisation de la culture, Étude des mentalités et des religions face aux réalités économiques, sociales et politiques. Pris/Montreal; CRESFED/Harmanttan, 2000, p. 29.
[2] Hughes, Everett, Le regard sociologique. Paris: Éditions de l´École des Hautes Études en Sciences Sociales, 1996, p. 311.
3 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Nao foi sem razão que um dos maiores cientistas sociais do sec. XIX, referiu-se que "a religião é o òpio do povo". O agravamento das desigualdades sociais, o desemprego, as doenças incuráveis, o facismo social, etc., têm contribuido para a institucionalização do sentimento de incerteza em relacão ao presente e ao futuro. Se o contrato social que tem por funcão produzir quatro bens públicos fundamentais - legitimidade da governação, bem-estar económico e social, segurança e identidade colectiva - entra em crescente colapso este facto, parece-me fertilizar o campo de intervencão das divindades que se por um lado representam a "colonização do espírito", por outro, - aliviando as tensões sociais - "descolonizam o espírito da matéria"
ResponderEliminarEstou de acordo contigo, mas algures neste diário já fui criticado por ter, como tu, uma leitura demasiado mecanicista. Procura a entrada na qual recordo Marx e a angústia religiosa.
ResponderEliminarA proliferação procede de um quadro social e político em que determinadas pessoas,pejadas de necessidades básicas, buscam formas de expressar essa crise. Fazem fé que, alguém é por ela responsável, e o alguém está ligado à classe privilegiada. Criam sinais identitários em oposição aos oficialmente declarados. Beúla, Escola de Jornalismo
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