Na edição de hoje no semanário “Zambeze” existem duas interessantes crónicas a propósito do leilão, logo após uma sessão de quadros do partido Frelimo, de duas canetas de ouro usadas pelo presidente da República (e não de uma, como escrevemos numa entrada há dias, seguindo o jornal “Notícias”).
Numa, da autoria de Paulo Jossias, aparece todo um grande lamento pelo facto de “os quadros do Partido de origem asiática, vulgarmente chamados monhés” (sic) terem de alguma forma humilhado os seus camaradas negros, “bantus” (sic), com semelhante ostentação financeira. Ora, argumentou Paulo Jossias, os "bantus" não possuem o poder financeiro dos “monhés”, estes que se identificam mais com "interesses externos" (sic). Mal vai este país quando os “negros” não têm poder económico, assim sente Paulo Jossias.
Na segunda crónica, de Lourenço Jossias, a dicotomia racial também existe, mas com um eixo de análise bem diferente: primeiro, Lourenço Jossias afirma que conhece “muitos negros militantes da Frelimo ali presentes com poder e capacidade para entrar num tal game”. Segundo, o jogo era livre e qualquer um podia jogar, democracia é isso mesmo. As regras do jogo foram cumpridas. Podem mudar-se as regras dentro da equipa, mas, aberto o jogo, as regras devem ser respeitadas, segundo Lourenço Jossias.
Sugiro aos bloguistas que leiam ou releiam uma entrada minha, mais abaixo, onde escrevi sobre racismo e etnicidade.
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