O território que é o nosso, o território no qual habitamos, o território com as suas fronteiras convencionais, é bem mais do que um território físico, bem mais do que o território de uma comunidade, de um país. É, também (talvez devesse dizer principalmente), um território cognitivo, um território de determinados costumes, de determinadas regras, de determinadas maneiras de encarar a vida, de determinados grupos e classes sociais. Um território de muros sociais. Essa expressão poderia ser ampliada com estoutras: muros cognitivos, muros morais, muros de preconceitos, muros de prejuízos, muros de clichés, etc. Muros que, em sua diversidade social, são como semáforos sociais: dão licença aos nossos, vedam o acesso aos outros, aos estranhos.
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