Número inaugural aqui, número anterior aqui. Prossigo na trágica história dos leões de Muidumbe. Estamos perante uma crença irracional? De um certo ponto de vista, sim. Irracional e criminosa. Mas do ponto de vista dos empobrecidos habitantes de Muidumbe, não. O fundamental a reter aqui é que os principais acusados de comandar os leões à distância eram figuras do Estado ou a ele associadas ou associadas ao “bem-estar” acima da média local (o comerciante, por exemplo).
Numa situação de crise, de eclipse do social, os pobres chacinaram outros pobres mas culparam os "ricos" pelo mal-estar e pelas privações. Através desse dramático paroxismo contraditório quiseram mostrar que o Estado se afastara deles, que não atalhou o mal a tempo.
Numa situação de crise, de eclipse do social, os pobres chacinaram outros pobres mas culparam os "ricos" pelo mal-estar e pelas privações. Através desse dramático paroxismo contraditório quiseram mostrar que o Estado se afastara deles, que não atalhou o mal a tempo.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.