Parte do da introdução que escrevi para o livro "O que é masculinidade?" da coleção "Cadernos de Ciências Sociais" da "Escolar Editora", no prelo:
Coloca-se agora uma pergunta: são os homens que se constroem como homens, são eles os únicos autores da masculinidade e do masculinismo, apenas eles?
A resposta é não. Por quê? Porque quer a masculinidade enquanto conjunto de práticas, quer o masculinismo enquanto ideologia justificadora, são também produto das mulheres, da feminilidade e do feminismo. Na verdade, se, por um lado, não poucas mulheres aceitam a dominação masculina (por exemplo, são elas em grande medida as gestoras e as defensoras da excisão feminina), por outro o feminismo, requerendo a igualdade de estatuto e de oportunidades, reafirma e fortalece o masculinismo.
O 12.° número da coleção Cadernos de Ciências Sociais teve a seguinte pergunta de partida: o que é feminismo?
Agora, uma socióloga (Sofia Aboim), um psicólogo (António Manuel Marques), uma pedagoga (Maria Aparecida Souza Couto) e um médico psiquiatra (Adalberto Goulart) – portugueses os dois primeiros, brasileiros os dois segundos – aceitaram responder à seguinte pergunta deste 23.° número da coleção: o que é masculinidade?
E respondendo, mostraram, com diversidade analítica e profundidade histórica, tal como sucedeu com as quatro cientistas do número do feminismo, quanto o termo é multifacetado, plural, indo muito para além da velha dicotomia identitária homem/mulher que, de alguma forma, habita o pequeno texto que abriu esta introdução.
Estamos num mundo de cadência social muito rápida, como que browniano, de transição, no qual os velhos paradigmas parecem desaparecer e os novos ainda não têm rosto. Um mundo onde o fixo está em crise. E para citar o psiquiatra Adalberto Goulart da equipa autoral deste livro, “Diante da crise de identidades de gênero, de identidades familiares, de identidades humanas, parece-nos que homens e mulheres, tendo como base todo o seu arsenal de conhecimento e experiência histórica, precisam se re-inventar. E todos os instrumentos de que dispomos na atualidade parecem ser insuficientes.”
Coloca-se agora uma pergunta: são os homens que se constroem como homens, são eles os únicos autores da masculinidade e do masculinismo, apenas eles?
A resposta é não. Por quê? Porque quer a masculinidade enquanto conjunto de práticas, quer o masculinismo enquanto ideologia justificadora, são também produto das mulheres, da feminilidade e do feminismo. Na verdade, se, por um lado, não poucas mulheres aceitam a dominação masculina (por exemplo, são elas em grande medida as gestoras e as defensoras da excisão feminina), por outro o feminismo, requerendo a igualdade de estatuto e de oportunidades, reafirma e fortalece o masculinismo.
O 12.° número da coleção Cadernos de Ciências Sociais teve a seguinte pergunta de partida: o que é feminismo?
Agora, uma socióloga (Sofia Aboim), um psicólogo (António Manuel Marques), uma pedagoga (Maria Aparecida Souza Couto) e um médico psiquiatra (Adalberto Goulart) – portugueses os dois primeiros, brasileiros os dois segundos – aceitaram responder à seguinte pergunta deste 23.° número da coleção: o que é masculinidade?
E respondendo, mostraram, com diversidade analítica e profundidade histórica, tal como sucedeu com as quatro cientistas do número do feminismo, quanto o termo é multifacetado, plural, indo muito para além da velha dicotomia identitária homem/mulher que, de alguma forma, habita o pequeno texto que abriu esta introdução.
Estamos num mundo de cadência social muito rápida, como que browniano, de transição, no qual os velhos paradigmas parecem desaparecer e os novos ainda não têm rosto. Um mundo onde o fixo está em crise. E para citar o psiquiatra Adalberto Goulart da equipa autoral deste livro, “Diante da crise de identidades de gênero, de identidades familiares, de identidades humanas, parece-nos que homens e mulheres, tendo como base todo o seu arsenal de conhecimento e experiência histórica, precisam se re-inventar. E todos os instrumentos de que dispomos na atualidade parecem ser insuficientes.”
Sem comentários:
Enviar um comentário
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.