Há indícios de novos movimentos xenófobos preocupantes na África do Sul.
Hoje ainda, milhões de Sul-Africanos vivendo nos bairros pobres, aguardam, com angústia e crescente exasperação, que a África do Sul pós-apartheid permita uma vida mais digna, permita a reversão da história em seu favor e das suas famílias. Olham com despeito e desprezo para os estrangeiros afadigados em seus variados misteres, com as suas lojas, trabalhando com salários baixos e muitos certamente em situação de residência ilegal, assumem-nos como intrusos, como parasitas, como pobres que chegam para aproveitar a riqueza local.
A imputação vertical na direcção das classes possidentes locais é substituída pela imputação horizontal na direcção dos africanos estrangeiros.
São os “de baixo” que pagam, não os “de cima” locais, como que num processo de compensação perverso, de racismo sem raça. A perseguição xenófoba tem atingido momentos dramáticos, como sucedeu em 2008, 2010 e 2015.
Estamos confrontados com uma crença objectivamente falsa mas havida como subjectivamente verdadeira.
Porém, a xenofobia nada tem de especificamente sul-africano. Ela mundializa-se das mais variadas maneiras e será tão mais possante e letal quão mais politicamente se puser de lado a melhoria permanente, múltipla e efectiva das condições de vida das pessoas.
A história é, afinal, a tragédia inseparável do claro e do escuro, do diurno e do nocturno, do lógico e do ilógico, da serenidade e do desespero.
Hoje ainda, milhões de Sul-Africanos vivendo nos bairros pobres, aguardam, com angústia e crescente exasperação, que a África do Sul pós-apartheid permita uma vida mais digna, permita a reversão da história em seu favor e das suas famílias. Olham com despeito e desprezo para os estrangeiros afadigados em seus variados misteres, com as suas lojas, trabalhando com salários baixos e muitos certamente em situação de residência ilegal, assumem-nos como intrusos, como parasitas, como pobres que chegam para aproveitar a riqueza local.
A imputação vertical na direcção das classes possidentes locais é substituída pela imputação horizontal na direcção dos africanos estrangeiros.
São os “de baixo” que pagam, não os “de cima” locais, como que num processo de compensação perverso, de racismo sem raça. A perseguição xenófoba tem atingido momentos dramáticos, como sucedeu em 2008, 2010 e 2015.
Estamos confrontados com uma crença objectivamente falsa mas havida como subjectivamente verdadeira.
Porém, a xenofobia nada tem de especificamente sul-africano. Ela mundializa-se das mais variadas maneiras e será tão mais possante e letal quão mais politicamente se puser de lado a melhoria permanente, múltipla e efectiva das condições de vida das pessoas.
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