Chegar ao poder, chegar lá acima, manter esse poder, permanecer lá em cima, exige para certos oficiantes políticos a gestão criteriosa das forças do invisível, o beneplácito dos curandeiros, por forma a contornar a influência dos pares antecessores e a concorrência actual. Ser portador na ascensão de uma cesta de facilitadores mágicos; purificar gabinetes, blindá-los contra maus espíritos e tenebrosos ataques mágicos à distância; consultar regularmente o curandeiro para reforço das protecções globais, tudo isso são tarefas a nunca esquecer. Quanto mais precavido se é, mais poder se tem na gestão das forças do invisível - assim se crê. A este nível, o curandeiro é bem mais do que um gestor das crenças e das expectativas populares, é um elemento político fundamental nos corredores do poder.
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