A crise no mundo não é a dos alimentos em si, a dos preços em si, das coisas e das pessoas em si, da crista das revoltas em si: é a crise global e estrutural de um sistema, do modo capitalista de produção e da sua mentalidade darwinista manifestando-se em múltiplos pontos da cadeia, crise que acentua a conflitualidade de hegemonias e a consequente militarização do mundo, crise que mutila a solidariedade, crise que destrói o meio ambiente, crise que torna mais severa as desigualdades sociais, crise que aprofunda as dificuldades de sobrevivência diária de milhões de pessoas, crise, enfim, que torna as pessoas agudamente sensíveis ao autoritarismo, à falsa liberdade e à incerteza sobre o futuro.
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