Vivemos - e iremos viver mais intensamente - certas turbulências políticas, em Moçambique e no mundo. Nas turbulências políticas surgem boatos, expressos das mais variadas maneiras e pelos mais variados canais. Há boatos espontâneos e boatos intencional e politicamente criados. Estes últimos visam causar indecisão, desorientação, pânico e hostilidade. Prestem especial atenção aos ciberboatos oriundos de ciberfontes havidas por confiáveis mas que mais não são do que exercícios panfletários de guerrilha cibernética, boatos fantásticos do género "O Oceano Índico foi hoje roubado" ou "100 autocarros da empresa Avança Depressa carregados de militares foram ontem emboscados e metralhados na região de Toma Cuidado, tendo sido mortos os seus cinco mil ocupantes" ou "O mais famoso terrorista da Antártida esteve em Inhambane uma semana a comer camarões", ciberboatos de imediato replicados pelos blogues do copia/cola/mexerica. Lenda urbana, boato ou rumor é "um relato anónimo, breve, com múltiplas variantes, de conteúdo surpreendente, contado como verdadeiro e recente num meio social do qual exprime de maneira simbólica os medos e as aspirações." (in Renard, Jean-Bruno, Rumeurs et légendes urbaines. Paris: PUF, 2006, 3.e éd., p.6).
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