Nono número da série. Sempre trabalhando com hipóteses, termino este terceiro ponto do sumário proposto aqui, a saber: A guerrilha diplomática. Efectivamente, a Renamo, actuando através do seu terceiro elemento, prolonga a guerrilha militar no campo diplomático, tentando, actualmente, criar um novo ciclo de conversações com a presença de observadores internacionais de relevo, designadamente da África do Sul [ao nível do presidente Zuma] e da União Europeia, para além, a nível local, da Igreja Católica. Recentemente, o Alto-Comissário da África do Sul em Maputo afirmou ser falsa a posição da Renamo de que o presidente sul-africano, Jacob Zuma, tinha aceite mediar o conflito político em Moçambique [lembre aqui]. Este incidente diplomático não constitui um erro táctico da Renamo, pois é um exercício de guerrilha diplomática musculada executado par en bas, com o partido tentando internacionalmente apresentar-se como a menina do chapeuzinho vermelho ameaçada pelo pérfido lobo mau trajado de Frelimo, partido no poder. A guerrilha diplomática pode ter relação com certas veredas, antigas umas, actuais outras [leia por exemplo aqui]. Finalmente, essa guerrilha contribui para dotar o presidente da Renamo da mística edílica do eterno rebelde que dispensa o conforto urbano [leia, por exemplo, este relato aqui] e se confunde com perfis à Robin Hood.
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