A história da humanidade é a história da produção de regras de convívio colectivo que inscrevem o corpo em limites suportáveis, limites supostos retirar-lhe ou esconder-lhe a perigosidade, especialmente a perigosidade sexual. A roupa e a alteração corporal são dois exercícios identitários de amortecimento ou de disfarce, mesmo quando permitem que o corpo se desnude. O desconforto daí gerado em múltiplas situações tem, porém, a contrapartida do conforto social, quer do acordo geral nas regras do viver colectivo, quer do acordo particular de grupos e estatutos. Mas mais: roupa e alteração corporal são um protocolo de luta contra o envelhecimento e o medo da morte, mesmo se e quando parecem ser apenas pura busca de alteridade e novidade. A este último propósito, tenha-se em conta o cada vez mais compexo e oneroso processo de rejuvenescimento da pele.
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