Permitam-me algumas hipóteses sobre o vestuário feminino urbano-público na cidade de Maputo.
Por regra, as jovens têm nas jeans o seu símbolo identitário indiferenciado, ficam "todas iguais", ao que acresce o cabelo importado da Índia ou as mechas. Naturalmente que o celular é o fecho da abóboda, ainda que em menor escala que o uso pelos jovens. Quando chegam aos 40/50 anos, quando perdem o viço da juventude e engordam, começam a recorrer aos vestidos pesados, de cores quentes (azul, vermelho, verde). Raramente a capulana - frequente nas zonas periurbanas e rurais - é parte habitual do vestuário público. Em casa, em zona familiar, parece que sim, mas não tenho qualquer ideia sobre a frequência disso. Quando chegam a ministras ou a deputadas, por exemplo, mulheres há que se dedicam a reforçar a sua africanidade, como se - para adaptar Wole Soyinka - como africanas precisassem mostrar que o são. Daí o recurso a lenços espampanantes na cabeça, a capulanas preparadas para causar efeito óptico imediato, tudo, enfim, em excesso para ostensivamente causar impressão e permitir entrada nas fotos jornalísticas. O que pretendo dizer é que a moda com raízes africanas, em toda a sua versatilidade e beleza - aí compreendido o penteado -, não é parte integrante generalizada dos recuros femininos urbano-públicos da cidade de Maputo, essa moda que encontramos, por exemplo, nas mulheres da África ocidental.
Por regra, as jovens têm nas jeans o seu símbolo identitário indiferenciado, ficam "todas iguais", ao que acresce o cabelo importado da Índia ou as mechas. Naturalmente que o celular é o fecho da abóboda, ainda que em menor escala que o uso pelos jovens. Quando chegam aos 40/50 anos, quando perdem o viço da juventude e engordam, começam a recorrer aos vestidos pesados, de cores quentes (azul, vermelho, verde). Raramente a capulana - frequente nas zonas periurbanas e rurais - é parte habitual do vestuário público. Em casa, em zona familiar, parece que sim, mas não tenho qualquer ideia sobre a frequência disso. Quando chegam a ministras ou a deputadas, por exemplo, mulheres há que se dedicam a reforçar a sua africanidade, como se - para adaptar Wole Soyinka - como africanas precisassem mostrar que o são. Daí o recurso a lenços espampanantes na cabeça, a capulanas preparadas para causar efeito óptico imediato, tudo, enfim, em excesso para ostensivamente causar impressão e permitir entrada nas fotos jornalísticas. O que pretendo dizer é que a moda com raízes africanas, em toda a sua versatilidade e beleza - aí compreendido o penteado -, não é parte integrante generalizada dos recuros femininos urbano-públicos da cidade de Maputo, essa moda que encontramos, por exemplo, nas mulheres da África ocidental.
Nota: a imagem acima documenta um modelo da estilista moçambicana Adélia Tique.
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