Outros elos pessoais

24 janeiro 2016

Quem ganha, quem conduz, quem influencia?


Com um pouco de atenção, nos mais variados contextos, aos mais variados níveis, em modalidades múltiplas, mesmo naqueles campos e actores que aparentam ser desinteressados, apercebemo-nos de como a luta pela preeminência ocupa uma parte significativa da vida social. Com um pouco de atenção, especialmente de atenção aos fenómenos que parecem sem importância, aprendemos quanto a hierarquia é um eixo de combate, de prazer ou de dor em sua medula de ambição  e luta sem fim.
A esse respeito é útil lembrar o que escreveu o sociólogo francês Michel Crozier, no seu clássico O fenómeno burocrático: "A análise empírica demonstra que [o jogo da cooperação, ao mesmo tempo de conflito e de cooperação, CS] é dominado por problemas de poder; não o poder no sentido político e mais ou menos mítico do termo, esta entidade que reside no topo e que poderíamos um dia capturar, mas as relações de poder, estas relações que todo o mundo mantém com todo o mundo para saber quem perde, quem ganha, quem conduz, quem influencia, quem depende de quem, quem manipula e até onde o faz." (Paris: Éditions du Seuil, 1963, p. 7, tradução minha, CS).

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