Terceiro número da série. Em Paris, no mesmo ano, o mesmo tipo de pânico, os mais pobres são os mais afectados pela doença. Cerca de 120 mil pessoas abandonaram a cidade. Extracto de uma obra: "O desespero dos pobres se mobilizou contra as classes sociais altas, logo suspeitas de ter envenenado o sistema de abastecimento de água dos trabalhadores. Assim, iniciou-se em Junho daquele ano uma série de rebeliões nas ruas de Paris contra as classes altas. A França perdeu cem mil habitantes na epidemia." (confira, a partir da página 153, aqui).
É importante reter o tipo de imputação: para os pobres, a cólera foi deliberadamente introduzida pelos detentores do saber científico (médicos) e pelos ricos. Uma crença objectivamente falsa tornou-se subjectivamente verdadeira. Mais importante ainda: tornou-se um processo de revisão comunitária e de avaliação das contradições e das desigualdades sociais.
[texto da imagem em epígrafe extraído do "Diário de Moçambique" digital de 27/10/2015; amplie-o clicando sobre ele com o lado esquerdo do rato]
É importante reter o tipo de imputação: para os pobres, a cólera foi deliberadamente introduzida pelos detentores do saber científico (médicos) e pelos ricos. Uma crença objectivamente falsa tornou-se subjectivamente verdadeira. Mais importante ainda: tornou-se um processo de revisão comunitária e de avaliação das contradições e das desigualdades sociais.
[texto da imagem em epígrafe extraído do "Diário de Moçambique" digital de 27/10/2015; amplie-o clicando sobre ele com o lado esquerdo do rato]
Sem comentários:
Enviar um comentário
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.