Décimo e último número da série. Anualmente activistas explicam no norte do país a origem e a prevenção da cólera. Mas surgida a doença, corre célere o rumor – de conteúdo objectivamente falso mas subjectivamente havido por verdadeiro - de que ela é intencionalmente introduzida para matar os habitantes locais.
Tal como sucedeu na Inglaterra e na França em 1832, no Haiti em 2011-2013 e sucede ciclicamente na Índia, também no nosso país temos o dedo popular apontado aos poderosos rurais e urbanos, considerados promotores da doença.
É como se a pobreza precisasse de uma linguagem errada para transmitir um problema real.
A cólera afecta especialmente as pessoas que não dispõem de água corrente, em cujo padrão de vida não entram os lavabos, o javel e, por regra, o sabão.
Então, o problema real é, afinal, o questionamento da pobreza e das desigualdades sociais.
[texto da imagem em epígrafe extraído do "Diário de Moçambique" digital de 27/10/2015; amplie-o clicando sobre ele com o lado esquerdo do rato]
Tal como sucedeu na Inglaterra e na França em 1832, no Haiti em 2011-2013 e sucede ciclicamente na Índia, também no nosso país temos o dedo popular apontado aos poderosos rurais e urbanos, considerados promotores da doença.
É como se a pobreza precisasse de uma linguagem errada para transmitir um problema real.
A cólera afecta especialmente as pessoas que não dispõem de água corrente, em cujo padrão de vida não entram os lavabos, o javel e, por regra, o sabão.
Então, o problema real é, afinal, o questionamento da pobreza e das desigualdades sociais.
[texto da imagem em epígrafe extraído do "Diário de Moçambique" digital de 27/10/2015; amplie-o clicando sobre ele com o lado esquerdo do rato]
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