Outros elos pessoais

08 setembro 2015

A encruzilhada da Frelimo e de Nyusi: entre dominação e direcção [9]

Quanto mais os gestores de um Estado investirem nos aparelhos repressivos e na repressão, mais alta será a composição orgânica da política e menor a taxa de lucro político, quer dizer, menor a legitimidade.
Nono número da série. Passo de imediato ao primeiro ponto sugerido no número anterior, a saber: 1. Estado, uso legítimo da força física e disputa. Em conferência de 1919, Max Weber afirmou o seguinte: "O Estado é uma comunidade humana que pretende, com êxito, o monopólio do uso legítimo da força física dentro de um determinado território".
Em Abril de 2013, o então primeiro-ministro Alberto Vaquina afirmou na Assembleia da República que apenas o Estado tem o direito de usar a força para restabelecer a legalidade e a ordem pública, caso sejam violadas.
Este ano, o general na reserva Jacinto Veloso disse o seguinte: "[...] Eu não conheço um outro caso no mundo, a nossa democracia deve ser muito especial. O importante é que é muito difícil classificar uma democracia onde, por um lado, temos um partido no poder, e, por outro, temos um partido da oposição com o seu exército privativo, isso é um bocado estranho."
Entretanto, ontem, o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, anunciou que o seu partido vai criar uma polícia para garantir a segurança nas "províncias autónomas". Aqui.
Nota: como tem sido meu hábito neste diário desde 2006, a qualquer momento posso modificar partes da série.

1 comentário:

  1. Em Moçambique há generais com 5, 10 e mais estrelas. Porém, não há um com "tomates" suficientes para avisar o pai Afonso que em Moçambique só há uma policia, a policia de Moçambique.

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