Outros elos pessoais

13 setembro 2015

A encruzilhada da Frelimo e de Nyusi: entre dominação e direcção [12]

Quanto mais os gestores de um Estado investirem nos aparelhos repressivos e na repressão, mais alta será a composição orgânica da política e menor a taxa de lucro político, quer dizer, menor a legitimidade.
Décimo segundo número da série. Termino o segundo ponto sugerido aqui, a saber: 2. Desafios da gestão eleitoral da soma zero. Há dois problemas com as eleições no país: o sistema eleitoral e a gestão dos resultados. O sistema eleitoral faz com que o vencedor ganhe tudo independentemente das derrotas que tenha a nível provincial. Por outro lado, temos os problemas, muitas vezes severos, repetidos eleição após eleição, da contagem e da divulgação dos resultados através de uma comissão eleitoral totalmente partidarizada. As percepções populares não são nada abonatórias de ambos os problemas. Daí ser cada vez mais pertinente haver uma discusão ampla e aberta sobre (1) a possibilidade da adopção do sistema de representação proporcional do tipo sul-africano e (2) a despartidarização da comissão nacional de eleições. A simples discussão dessas duas possibilidades pode, de imediato, por hipótese, fazer subir a taxa de lucro político e acrescer a legitimidade dos gestores políticos do Estado. Porém, é absolutamente necessário ser prudente e ter em conta que nos países onde é ainda curta e conflitual a história eleitoral, por regra a lógica política não segue os caminhos das propostas acima apresentadas. Na verdade, essa lógica tem por hábito ser excludente.
Nota: como tem sido meu hábito neste diário desde 2006, a qualquer momento posso modificar partes da série.

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