"Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento. Mas ninguém chama violentas às margens que o comprimem. " [Bertolt Brecht]
Décimo quinto número da série. Permaneço no quinto ponto do sumário proposto aqui, a saber: 5. Moçambique 2006, 2007 e 2010, entrando no ponto 5.6. Resultados de uma pesquisa de 2009. Deixemos um pouco os problemas da África do Sul e façamos as seguintes perguntas: como é que os Moçambicanos constroem os estrangeiros? E como é que os estrangeiros constroem os Moçambicanos? Vou dar-vos a conhecer pequenos extractos de entrevistas feitas num bairro da periferia da cidade de Maputo em 2009. Começarei pelos estrangeiros, tarefa sempre muito difícil, pois regra geral recusam falar, dizendo que não querem problemas [bairro e nomes foram eliminados].
Estrangeiros
JO, comerciante ruandês: “(…) eu não tenho nenhum problema com Moçambicanos, embora existam pequenos casos que considero serem normais. Em princípio, os Moçambicanos tratam-nos como Burundeses, mas nós viemos do Ruanda. Às vezes aparecem pessoas que dizem que vocês Burundeses não são nada e expressam assim para nos gozar. Quando nós ouvimos isso, não nos preocupamos, porque sabemos que mesmo entre vocês, Moçambicanos, se desprezam. Os que vieram do norte são chamados xingondos. Quanto eu estava em Nampula as pessoas da cidade desprezavam os que vinham dos distritos, dizendo que vocês de Mogovolas, de Angoche, não são nada.”
Décimo quinto número da série. Permaneço no quinto ponto do sumário proposto aqui, a saber: 5. Moçambique 2006, 2007 e 2010, entrando no ponto 5.6. Resultados de uma pesquisa de 2009. Deixemos um pouco os problemas da África do Sul e façamos as seguintes perguntas: como é que os Moçambicanos constroem os estrangeiros? E como é que os estrangeiros constroem os Moçambicanos? Vou dar-vos a conhecer pequenos extractos de entrevistas feitas num bairro da periferia da cidade de Maputo em 2009. Começarei pelos estrangeiros, tarefa sempre muito difícil, pois regra geral recusam falar, dizendo que não querem problemas [bairro e nomes foram eliminados].
Estrangeiros
JO, comerciante ruandês: “(…) eu não tenho nenhum problema com Moçambicanos, embora existam pequenos casos que considero serem normais. Em princípio, os Moçambicanos tratam-nos como Burundeses, mas nós viemos do Ruanda. Às vezes aparecem pessoas que dizem que vocês Burundeses não são nada e expressam assim para nos gozar. Quando nós ouvimos isso, não nos preocupamos, porque sabemos que mesmo entre vocês, Moçambicanos, se desprezam. Os que vieram do norte são chamados xingondos. Quanto eu estava em Nampula as pessoas da cidade desprezavam os que vinham dos distritos, dizendo que vocês de Mogovolas, de Angoche, não são nada.”
Adenda às 09:32: leia um trabalho de Xolela Mangcu, no Rand Daily Mail, aqui.
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