Outros elos pessoais

16 junho 2015

Os bons e os maus segundo António Muchanga

A Renamo realizou esta manhã na cidade de Maputo uma conferência de imprensa na qual o seu porta-voz, António Muchanga, afirmou que o seu partido foi por duas vezes militarmente atacada pelo Governo na província de Tete. Preste-se atenção à descrição feita, por exemplo, pela "Lusa" (amplie a imagem abaixo clicando sobre ela com o lado esquerdo do rato), sendo os sublinhados a vermelho da minha autoria:
Confira aqui e aqui. Segundo uma outra fonte, "Já o Comando Geral da Polícia, conta uma história diferente: confirma a ocorrência de confrontos, mas diz que foi vítima de ataques quando regressava de uma operação de abastecimento a uma unidade na província de Tete." Aqui. Os canais noticiosos oficiais ainda não se pronunciaram sobre o acontecimento. Acrescente-se que nas redes sociais e nos habituais blogues parasitas do copia/cola/mexerica, a notícia divulgada pela Renamo passa por verdade sem contestação.
Comentário: estudando-se o conteúdo das passagens sublinhadas a vermelho, baseadas no que disse o Sr. António Muchanga, verifica-se rapidamente que a Renamo aparece no lado dos bons e o Estado no lado dos maus. Os bons surgem portadores de um exército, de quartéis e de um "comandante-chefe das forças armadas", tudo afirmado e recebido com naturalidade e normalidade. Os maus, os do exército governamental, surgem como intrusos, como quase ilegais nos territórios militarizados pela Renamo. Na Constituição da República, o artigo 52 diz o seguinte: "3. São proibidas as associações armadas de tipo militar ou paramilitar e as que promovam a violência, o racismo, a xenofobia ou que prossigam fins contrários à lei." O artigo 77 diz o seguinte: "É vedado aos partidos políticos preconizar ou recorrer à violência armada para alterar a ordem política e social do país." O artigo 265 diz o seguinte: "A política de defesa e segurança do Estado visa defender a independência nacional, preservar a soberania e integridade do país e garantir o funcionamento normal das instituições e a segurança dos cidadãos contra qualquer agressão armada." Confira a Constituição da República, aqui.
Adenda às 19:37: segundo a "Rádio Moçambique" no jornal das 19:30, homens armados, aparentemente da Renamo, atacaram mediante emboscada uma força policial no distrito de Tsangano, província de Tete, provocando um morto e um ferido. De acordo com uma fonte policial sénior, citada pela referida rádio, não houve troca de tiros, tendo os homens armados fugido.
Adenda 2 às 04:45 de 17/06/2015: o "Notícias" de hoje refere um ataque de "homens armados", mas não os filia na Renamo, aqui.

1 comentário:

  1. Kwa nini Antonio baba si kwenda mbali ?

    [Porque é que o pai António não se vai embora ?]

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